as informações são do Correio*
Com plantios iniciados, cultivos em andamento, máquinas em campo e próximas safras já projetadas, a agropecuária segue um calendário próprio. O ano agrícola começou faz tempo em muitas áreas rurais da Bahia. Os agricultores estão no meio da safra de soja no Oeste.
Entre safras e entressafras, o jornal CORREIO fez um painel dos frutos gerados pelo campo em 2018, e destaca as expectativas de alguns segmentos para 2019 ( O Portal do Cerrado, publica somente o painel para o Oeste baiano). As principais estimativas indicam que este ano será um ano promissor para a maioria dos setores agrícolas, caso não haja grandes variações climáticas inesperadas. O cenário internacional e a valorização das commodities trazem uma tendência de vantagem para os produtores brasileiros.
Os grãos, cereais e as chamadas oleaginosas, continuam em alta. Apenas o chamado “complexo soja” aumentou em mais de dois pontos percentuais a participação nas exportações baianas, totalizando 22% de todas as mercadorias enviadas para fora do país este ano.
A soja triturada passou a responder por 17% das exportações, enquanto o farelo e os resíduos da extração de óleo correspondem a 5%. A venda do grão para outros países rendeu a economia baiana US$ 1,35 bilhão este ano.
A soja se consolida como principal commodity brasileira, ultrapassando inclusive os óleos brutos de petróleo, os minérios de ferro e concentrados. Analistas apontam que a guerra comercial entre Estados Unidos e China pode beneficiar a produção brasileira. Os agricultores do Oeste da Bahia estão otimistas quanto a safra de 2019.
“A área de soja está toda plantada, e a condição da lavoura é boa. Torcemos para que continue assim e possamos ter uma boa safra. Estamos otimistas também quanto as demais lavouras, como milho e feijão, onde esperamos aumento da produtividade”,afirma Celestino Zanella, presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes do Oeste da Bahia (Aiba).
Entre os entraves enfrentados pelos agricultores desta imensa fronteira agrícola estão as deficiências em serviços essenciais, como energia elétrica.
“Nós temos o desafio de conseguir uma distribuição adequada de energia elétrica. Temos pouca energia disponível, menos do que precisamos. É preciso ampliar o sistema de distribuição, mas temos certeza que os governos vão continuar fazendo ações positivas em relação ao oeste”, conclui Zanella.
Os problemas de infraestrutura ainda persistem nesta área do estado. Entre as obras mais urgentes, os produtores rurais esperam a pavimentação de cerca de 200 quilômetros da BR-030, entre Cocos e Jaborandi, e a continuação da BR-020, ligando a Bahia até São Raimundo, em Pernambuco.
Segundo dados da Receita Federal, divulgados esta semana, este ano os agricultores da região pagaram o maior volume de impostos dos últimos sete anos. Os municípios de São Desidério, Formosa do Rio Preto e Correntina, fecharam o ano liderando a lista dos maiores arrecadadores com áreas agrícolas no Oeste da Bahia.
Os agricultores destes três municípios pagaram mais de R$ 17 milhões em impostos. Somando com outros municípios, como Barreiras, Cocos, Jaborandi, Baianópolis, Luís Eduardo Magalhães e Riachão das Neves, a marca de impostos pagos ultrapassa os R$ 26,5 milhões.
“Com essa arrecadação, gostaríamos que as prefeituras revertessem parte desse valor para a manutenção das estradas vicinais firmando, por exemplo, a parceria com Programa Patrulha Mecanizada, que já tem uma estrutura e vem trabalhando com investimento de outros fundos dos agricultores como o Fundeagro e Prodeagro. Alguns municípios como Luís Eduardo Magalhães já são parceiros e vem ampliando a quantidade de estradas recuperadas facilitando o trânsito para todas as pessoas, que moram nas localidades da zona rural e em fazendas, e para o escoamento da safra”, explica Júlio Cézar Busato, presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa).