Alemanha retorna ao lockdown rigoroso

A Alemanha se prepara para retornar a um segundo lockdown rigoroso após quase seis semanas de um chamado “lockdown parcial”. As novas restrições foram anunciadas pela chanceler federal alemã, Angela Merkel, após reunião realizada neste domingo (13/12) com os governadores dos 16 estados do país.

As medidas se assemelham ao primeiro lockdown – vigente entre março e abril e que paralisou a economia alemã – e incluem fechamento de escolas e creches, de cabeleireiros e do comércio não essencial a partir desta quarta-feira até dia 10 de janeiro. Empresas estão orientadas a dispensar ou dar férias aos funcionários e a dar prioridade ao trabalho remoto.

Permanecem funcionando estabelecimentos como farmácias, conveniências, postos de combustível, bancos e supermercados, além de feiras e serviços de entrega. Restaurantes continuam só podendo oferecer comida e bebida para viagem.

Proibição de álcool em público
Encontros privados continuam limitados a um máximo de cinco pessoas de dois domicílios, como determinado pelas regras que vigoram desde novembro. Nos feriados de Natal, entre 24 e 26 de dezembro, devem ser permitidos encontros com outras quatro pessoas de fora do próprio domicílio, contanto que elas sejam parentes próximos. Menores de 14 anos não são considerados.

O consumo de álcool em locais públicos passa a ser proibido desta quarta-feira até 10 de janeiro.

Durante as festividades de Ano Novo, são proibidas reuniões e aglomerações públicas, assim como a venda e a queima de fogos de artifício em público.

Serviços religiosos continuam permitidos, inclusive nos feriados natalinos, mas sob regras de higiene e distanciamento mais severas do que as atualmente em vigor.

Casas de repouso para idosos deverão introduzir testes obrigatórios para coronavírus, que devem ser aplicados nos funcionários dos estabelecimentos “várias vezes na semana”, segundo Merkel.

Recordes de casos e mortes
Neste domingo, a Alemanha registrou 20.200 novos casos e 321 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com informações divulgadas pelo Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental alemã de controle e prevenção de doenças infecciosas.

Na sexta-feira, o país registrou números recordes, com 29.875 novas infecções e 598 mortes por covid-19 em 24 horas, os maiores patamares para ambos os indicadores desde o começo da pandemia, segundo levantamento do RKI.

Nesta quarta-feira, a Angela Merkel fez um apelo emocionado no Bundestag a favor da imposição de restrições sociais mais rígidas para frear a propagação do novo coronavírus no país.

Lockdown parcial
Desde 2 de novembro, vigora na Alemanha um lockdown parcial, visando a contenção de uma segunda onda de contágio. Foram fechados restaurantes, bares, academias e estabelecimentos de lazer, como teatros e cinemas. Hotéis foram proibidos de receber turistas, se limitando a acolher viajantes de negócios. Escolas, lojas e salões de cabeleireiro, entretanto, permaneceram abertos.

As medidas impediram o aumento exponencial dos casos de coronavírus, mas as cifras de infecções continuaram altas no país.

Autoridades de saúde alertaram sobre a diminuição de leitos nas unidades de terapia intensiva – apesar de a Alemanha ser líder mundial em capacidade de UTI – e que hospitais em algumas regiões estão chegando a seus limites. Algumas administrações estaduais começaram a intensificar as restrições.

Reação antecipada dos estados
Em Baden-Württemberg, estado no sudoeste do país, deste sábado vigora um toque de recolher noturno a partir das 20h e restrições de circulação durante o dia, quando as pessoas só podem sair de casa com justificativa, como para compras.

Na Baviera, no sul do país, desde a quarta-feira, as pessoas só podem sair de casa com justificativa, como para trabalhar, ir ao médico, entre outras. O consumo de álcool do lado de fora nos centros das cidades é proibido.

Na Saxônia, no leste da Alemanha, já havia determinado semana passada que a partir desta segunda-feira e até no mínimo dia 10 de janeiro, permanecem fechados escolas, jardins de infância e o comércio não essencial.

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