Uma ambulância de Formosa do Rio Preto, na Bahia, que levava dois pacientes idosos para realizar exames em Corrente, no Sul do Piauí, apresentou problemas mecânicos e quebrou em um trecho da BR-135, entre a divisa da Bahia e o município de Cristalândia do Piauí, no início da tarde de segunda-feira (27). O veículo não tem ar-condicionado, e pacientes e funcionários precisaram suportar o forte calor nordestino sob o sol intenso do meio da tarde.
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O Portal do Cerrado também apurou que um dos idosos, mora na zona rural de Formosa do Rio Preto e está internado no Hospital Municipal Dr. Altino Lemos Santiago. A unidade, no entanto, não tem mais estrutura para atender casos que exigem exames, o que obriga a Secretaria Municipal de Saúde a recorrer a cidades vizinhas.
Informações também apuradas, apontam que veículo foi repassado pelo Samu para o município, e em tese seria para atender cobertura de eventos dentro da cidade.
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Após o perrengue na estrada, a prefeitura enviou um carro de passeio para levar os pacientes até a unidade de saúde em Corrente, onde já chegaram por volta das 17h.
Problemas frequentes e falta de manutenção
Essa não é a primeira vez que uma ambulância do município quebra ou apresenta problemas durante o transporte de pacientes. A situação é tão escandalosa, que em abril de 2022, uma ambulância quebrou na porta da unidade de saúde quando saía com um paciente.
O problema, segundo relatos, estaria ligado à falta de manutenção da frota e à ausência de suporte adequado para motoristas e profissionais de saúde que atuam nos atendimentos de urgência.
“Carros sem manutenção colocam em risco pacientes e servidores”, lamentou um profissional da saúde que preferiu não se identificar.
Crise na gestão da saúde municipal
A situação escancara a crise na saúde pública de Formosa do Rio Preto, marcada por três trocas de secretários municipais da pasta, mas que não conseguiram resolver os problemas iniciados na terceira gestão de Manoel Afonso (PSD)
Desde o início da atual gestão, lá em 2021, dois secretários de Saúde já foram demitidos, e uma terceira titular, segundo servidores, não reúne mais condições de permanecer no cargo — apesar da insistência do prefeito Neo.
No ano passado, a gestão municipal virou alvo de uma operação da Polícia Civil da Bahia, que investiga supostos desvios de recursos públicos, em uma das pastas mais importantes e sensíveis de qualquer governo.
Moradores afirmam que o descanso com o sistema público de saúde tem sido constante, e que a população depende quase exclusivamente do SUS para qualquer atendimento médico.
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