Wilson Dias |Agência Brasil
Joelmir Tavares | São Paulo (SP) | Folhapress
Dois dias depois de duas pré-candidatas abandonarem a Rede com acusações de machismo e má gestão, o partido da presidenciável Marina Silva oficializou em convenção neste sábado (28) as candidaturas paulistas para Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado.
A ex-senadora só esteve presente nos discursos. Em compromissos de campanha no Rio Grande do Sul, ela não pôde participar do evento na Câmara Municipal da capital. O ato também formalizou a coligação da Rede com o PMN (Partido da Mobilização Nacional) para a eleição no estado.
O palanque de Marina será o do pré-candidato a governador Cláudio Aguiar, do PMN, que terá como vice Roberto Campos, da Rede. Os dois ainda estão buscando se entrosar, como mostrou a Folha de S.Paulo nesta semana.
Em suas falas na convenção, Aguiar e Campos disseram estar unidos no apoio à presidenciável.
As duas mulheres que anunciaram a desfiliação nesta semana, Maíra Massei (até então pré-candidata a deputada estadual) e Surya Guimarães (que tentaria uma vaga na Câmara), saíram da legenda com críticas ao diretório em São Paulo.
Nilson Gonçalves, porta-voz estadual da Rede e principal alvo dos ataques, negou que a sigla esteja privilegiando candidatos homens, como afirmaram as duas ex-integrantes do grupo feminino do partido, o Elo Mulheres.
Maíra também disse que a Rede “traz uma proposta muito linda de horizontalidade, mas na prática contradiz seus princípios básicos” e que, diferentemente do que prega, o partido está “imerso nos velhos valores e vícios”.
“Elas decidiram sair e nós respeitamos”, disse Gonçalves à reportagem. “Isso até serviu para nos unir ainda mais dentro do partido.” O Elo Mulheres divulgou nota contestando as acusações das ex-filiadas e defendendo as decisões da legenda.
A convenção foi também o desfecho da crise interna sobre a campanha da Rede ao Senado. A direção estadual vinha trabalhando para que a vaga fosse ocupada por uma candidatura coletiva formada por três mulheres, mas o principal líder do grupo Brasil 21, Pedro Henrique de Cristo, pleiteava o direito de disputar.
Ele argumentava que sua entrada seria importante para reforçar a imagem de parceria da Rede com os movimentos de renovação política. O discurso de Marina é que ela formou coligações simbólicas com organizações como Brasil 21, Agora!, Acredito e Frente Favela Brasil.
Cristo enfrentava resistências internas para viabilizar seu nome. O imbróglio só foi resolvido com a intervenção, nesta semana, da própria Marina, favorável à participação de Pedro na eleição.
Integrantes do partido queriam que a questão chegasse pacificada à convenção. Havia o temor de que eventuais divergências em público expusessem negativamente a presidenciável, hoje em segundo lugar nas pesquisas quando o ex-presidente Lula (PT) é excluído.
Com o acordo, foram oficializadas no evento as duas campanhas, mas com uma mudança no trio de mulheres que tentará a vaga no Senado. Beatriz Soares, vereadora da Rede em Araçatuba que encabeçava a candidatura coletiva, desistiu da empreitada. Ela foi substituída por Moira Lázaro, filiada de Catanduva.
As outras duas integrantes -que perante a Justiça Eleitoral são suplentes, mas terão o mesmo peso nas decisões do mandato caso o trio seja eleito para o Senado- são Nilza Camilo, que faz parte do movimento Frente Favela Brasil, e Ana Paula Massonetto.
“Resolvi, junto com o partido, que ficar na Câmara Municipal seria mais importante neste momento e que lá eu poderia contribuir mais para a campanha da Marina”, afirmou Beatriz. Ela admitiu, no entanto, que a entrada da candidatura de Cristo também pesou em seu recuo. “[Lideranças nacionais do partido] Fizeram a direção estadual rever uma decisão”, disse, referindo-se à ideia inicial de lançar só a chapa das mulheres.
O fundador do Brasil 21 entrou na cota de candidaturas cívicas, categoria que o partido reserva para postulantes que não necessariamente precisam seguir determinações da legenda ou se engajar na burocracia partidária.
Cristo, no entanto, está bastante alinhado ao projeto da Rede. O coletivo liderado por ele apoia formalmente a candidatura de Marina.
“Acredito que os movimentos têm que se posicionar. Não podem agir como partidos que ficam esperando o segundo turno para decidir por este ou aquele candidato. É preciso correr o risco”, disse o agora pré-candidato a senador.
Além da eleição de Marina, a votação dos candidatos a deputado federal está no topo das prioridades da Rede, que precisa obter percentual suficiente para ultrapassar a cláusula de barreira e manter o acesso a recursos do fundo partidário a partir de 2019.
Hoje a agremiação tem dois parlamentares na Câmara: Miro Teixeira (RJ) e João Derly (RS).
Com os palanques estaduais, a presidenciável espera compensar o pouco tempo de TV. Sem alianças fechadas, ela terá apenas 8 segundos no horário eleitoral.
A coligação local com o PMN, batizada de Mobilização Sustentável por São Paulo, deve se repetir em outros estados. Nacionalmente, entretanto, a legenda ficará neutra no primeiro turno.
Como um afago à aliada ambientalista, o partido adaptou sua logomarca para o painel instalado na convenção em São Paulo: o triângulo do emblema foi coberto por folhinhas verdes e o nome PMN apareceu envolto por um efeito de gotas d’água.
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