Além da mortalidade violenta de jovens (leia aqui) e número de homicídios (saiba aqui), a Bahia aparece em mais um ranking negativo do Atlas da Violência 2021. O estado é o terceiro com mais Mortes Violentas por Causa Indeterminada (MVCI) com 1.627 ocorrências em 2019, menos apenas que o Rio de Janeiro, que com 4.775 tem o maior número no país, e São Paulo na segunda posição com 4.133.
Os dados constam no Atlas da Violência, divulgado nesta terça-feira (31) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Para elaboração do Atlas são utilizados dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS). O documento destaca que a partir dos registros do sistema é possível calcular taxas de homicídios de modo a compreender o perfil, a evolução, os determinantes e os efeitos do fenômeno sobre grupos populacionais mais vulneráveis, além de avaliar os impactos de políticas públicas para a preservação da vida.
Só que de 2018 para 2019 o Fórum identificou aumento das mortes violentas por causa indeterminada (MVCI) no SIM. O fato é apontado preocupante por reduzir o conhecimento sobre a realidade e prejudicar a comparação com anos anteriores e a verificação da situação em cada um dos estados.
São classificados como “Mortes Violentas por Causa Indeterminada” os casos de mortes violentas por causas externas em que não foi possível estabelecer a causa básica ou a motivação. Entre as possibilidades estão lesão autoprovocada (suicídio), acidente, agressão por terceiros ou homicídios.
O documento destaca que os estudos mostram que as MVCI abrigam óbitos por homicídios não registrados como tal.
Ao comparar as MVCI na Bahia na série histórica dos últimos 11 anos (2009-2019), a Bahia registra redução de 23,9% nos registros. Mas quando se observa os dados dos dois últimos anos (2018-2019), houve crescimento de 3,6% nos registros. Nesse mesmo período o país teve aumento de 35,2%.