Bahia volta a fazer transplante de coração

A Bahia vai retomar a realização de transplante de coração, após quase dois de suspensão do procedimento no estado. As cirurgias voltarão a ser realizada no Hospital Ana Nery (HAN), unidade da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), em Salvador. De acordo com a Sesab, atualmente, três baianos estão sendo examinados por uma junta médica para, após essa etapa, entrarem na lista de espera por um transplante de coração.

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“Esses pacientes estão sendo acompanhados pelo Ambulatório de Insuficiência Cardíaca do Ana Nery e realizando uma série de exames para, assim, se tornarem aptos para o transplante. Após essa etapa, iniciamos a busca por um órgão compatível. Estamos muito felizes com a retomada do transplante cardíaco e com a possibilidade de garantir a realização do procedimento no próprio estado. Esse é o Sistema Único de Saúde que trabalhamos diariamente para construir”.

Segundo ele, nos últimos anos, o Governo da Bahia investiu mais de R$ 9,2 milhões em incentivo financeiro para instituições filantrópicas e privadas que realizam transplantes no Estado. Além de campanhas de sensibilização da sociedade e treinamentos para a preparação de profissionais de saúde.

A pausa na realização dos transplantes cardíacos, segundo o subsecretário, foi motivada para que uma reestruturação do sistema pudesse ser desenvolvida, mas acabou sendo impactada pela pandemia da Covid-19. Quatro tipos de procedimentos vinham sendo realizados na Bahia: os transplantes de córnea, rim, fígado e medula.

Equipe multidisciplinar a postos

Referência em cardiologia no Estado, o HAN já está com tudo pronto para a retomada do serviço. Ao todo, uma equipe multidisciplinar com 15 profissionais de saúde especializados em transplante vai conduzir os procedimentos, como explica o Coordenador do Programa de Insuficiência Cardíaca Avançada do Hospital Ana Nery e diretor da unidade, Luiz Carlos Santana.

“A equipe conta com quatro cirurgiões cardíacos, dois médicos especialistas em insuficiência cardíaca, dois enfermeiros, fisioterapeutas e anestesistas envolvidos diretamente no cuidado, na operação de captação e de execução do processo de transplante. São diversas especialidades envolvidas para oferecer o tratamento adequado aos pacientes do pré ao pós-transplante”,

adianta o diretor.

Aumento número de doadores

O número de doadores de múltiplos órgãos aumentou mais de 58% no período de julho a agosto de 2023, saltando de 12 para 19 doadores. Nos oito primeiros meses do ano, a Bahia totalizou 106 doadores de múltiplos órgãos. Até agosto de 2023, a Bahia já havia realizado 701 transplantes, sendo 27 de fígado; 210 de rim; 362 de córnea e 102 de medula.

“Nos primeiros oito meses de 2023, registramos uma redução da negativa familiar para cerca de 60%. A taxa ainda é alta. Mas, quando comparada aos cerca de 70% de 2022, é uma diminuição considerável”, destaca o médico e coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, Eraldo Moura. Cerca de 2.900 pessoas aguardam por transplantes no Estado.

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