Baianópolis: Ministério da Saúde registra primeiro caso de fungo negro na Bahia

Por Darlan A. Lustosa | Formosa do Rio Preto – Bahia

O Ministério da Saúde informou o primeiro caso de fungo negro registrado no município baiano de Baianópolis no extremo Oeste do estado. A informação é do Jornal Correio, que também diz que a Secretaria da Saúde da Bahia negou a existência da mucormicose em território baiano.

O Portal do Cerrado entrou em contato com o Secretaria da Saúde de Baianópolis e espera um posicionamento da pasta, que se dada, será postada a aqui.

Segundo o Correio, a notificação do Ministério da Saúde foi enviada ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde – Cievs e confirmada pelo exame histopatológico.

Em nota técnica divulgada no último dia 15 pelo Ministério da Saúde, diz que nos nos últimos meses, foi observado um aumento nas notificações de casos de mucormicose associada à Covid-19, principalmente na Índia, onde cerca de 15 mil casos foram documentados até recentemente. Na América do Sul, já foram identificados casos no Paraguai e no Uruguai, além do Brasil, com registros no Amazonas, em Santa Catarina, em São Paulo e no Mato Grosso do Sul.

No entanto, a nota salienta que não é esperado que a mucormicose assuma no Brasil a mesma proporção observada na Índia. Antes mesmo do advento da Covid-19, os indianos já registravam taxas de incidência de mucormicose cerca de 70 vezes maior que no restante do mundo.

O que é o fungo negro A mucormicose é uma doença causada pelo fungo mucorales que pode atingir pulmões, seios da face e até o sistema gastrintestinal. Apesar de rara, tem uma alta taxa de mortalidade que vai de 50% a 60% dos pacientes, muito por conta da dificuldade em se constatar a presença do fungo no corpo humano nos períodos iniciais da doença.

Há chances de que a infecção possa evoluir para o cérebro ou se espalhar pela corrente sanguínea, atingindo outros órgãos. A doença não é contagiosa, ou seja, não transmite de uma pessoa para a outra e sempre existiu, independente da Covid-19.

Como ocorre a infecção por ‘fungo negro’?
Informações da agência francesa AFP mostram que, apesar de significativos, os casos de mucormicose são raros na Índia.

Geralmente, os afetados com o fungo eram pacientes com Covid-19 que já possuíam histórico de diabetes, HIV ou até mesmo já haviam passado por transplante. A maioria, nesse caso, estava com o organismo imunocomprometido.

A propagação da doença, inclusive, foi associada por médicos da Fundação de Saúde Pública da Índia ao uso indiscriminado de esteroides no tratamento do coronavírus.

Como um fator adicional, a utilização de água contaminada em cilindros de oxigênio e nos umidificadores também teria aumentado os números de infecção por fungo negro.

Em função de algumas características das pessoas que desenvolvem a covid-19, o que acontece é que o fungo se torna relevante, protagonista da infecção principalmente pelo uso corticoesteroides, que “abalam” a imunidade.

Quais os sintomas do ‘fungo negro’?
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), os sintomas dependem de onde o fungo está crescendo no corpo. Existem

Sintomas da mucormicose rinocerebral (seios da face e cérebro): Edema facial unilateral
Dor de cabeça
Congestão nasal ou sinusal
Lesões pretas na ponte nasal ou parte superior da boca que rapidamente se tornam mais graves
Febre

Mucormicose pulmonar (pulmão):
FebreTosse
Dor no peito
Falta de ar

Mucormicose cutânea (pele):
Pode se parecer com bolhas ou úlceras, e a área infectada pode ficar preta. Outros sintomas incluem dor, calor, vermelhidão excessiva ou inchaço ao redor de uma ferida.

Mucormicose gastrointestinal:
Dor abdominal
Náusea e vomito
Sangramento gastrointestinal

Mucormicose disseminada:
Geralmente ocorre em pessoas que já estão doentes devido a outras condições médicas, então pode ser difícil saber quais sintomas estão relacionados à mucormicose. Pacientes com infecção disseminada no cérebro podem desenvolver alterações do estado mental ou coma.

Diagnóstico
Os profissionais de saúde consideram o histórico médico, sintomas, exames físicos e exames laboratoriais ao diagnosticar a mucormicose. Em caso de suspeita da doença nos pulmões ou seios da face, é coletada uma amostra de fluido do sistema respiratório para enviar ao laboratório. O médico pode realizar uma biópsia de tecido, na qual uma pequena amostra do tecido afetado é analisada em um laboratório em busca de evidências de mucormicose em um microscópio ou em uma cultura de fungos. Também podem ser feitos exames de imagem.

Tratamento
A mucormicose é uma infecção grave e precisa ser tratada com medicamentos antifúngicos prescritos, geralmente anfotericina B, posaconazol ou isavuconazol. Frequentemente, a mucormicose requer cirurgia para cortar o tecido infectado.

Com Hospital Proncor, Ministério da Saúde e Jornal Correio*

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