Brasília: Um homicídio “num” triângulo amoroso

Walder Galvão – Especial para o Correio Braziliense

 

A polícia tenta entender a dinâmica da relação que Jonas Zandoná, 44 anos, e Carla Graziele Zandoná, 37, mantinham com Salmon Lustosa Elvas, 75, que morava com o casal no apartamento na SQS 415 de onde a mulher caiu na noite de segunda-feira (6/8). Após a queda, ela morreu, e o marido foi preso acusado de feminicídio. Carla Graziele será enterrada nesta quarta-feira (8/8), no Cemitério Campo da Esperança de Taguatinga. O velório está previsto para começar por volta das 12h e o sepultamento deve ocorrer às 14h, na capela 6.
De acordo com o delegado à frente do caso, João Ataliba, há suspeita de que o trio vivia um relacionamento amoroso.
“Jonas era casado com Carla, mas mantinha um relacionamento com Salmon. O marido já havia trabalhado como motorista para o idoso e a mulher fazia diárias no apartamento, e passou a morar lá”,
explica. O trio morava junto havia 18 anos, de acordo com Salmon. 
A polícia acha que compreender a relação pode ajudar a esclarecer o crime. Segundo o delegado, inicialmente, Salmon não será considerado suspeito. “Ainda estamos aguardando os laudos do local, de corpo e delito, realizado no suspeito, e o cadavérico”, comenta.  
Ainda de acordo com o delegado Ataliba, uma denúncia anônima acusando o casal de explorar o idoso chegou à Polícia Civil em 2017, mas as investigações foram cessadas em abril passado, depois que Salmon negou o fato. 
Em depoimento à polícia, Salmon, que estava no apartamento na noite do crime, contou que o casal tinha uma rotina de brigas.
“Ele disse que no sábado, Jonas teria tentado estrangular Carla. Além disso, ele disse que no domingo, um dia antes do crime, ambos teriam trocado ameaças, inclusive de morte”,
relata o delegado. O casal tem um filho de 19 anos, que também contou aos investigadores que a dupla costumava brigar constantemente.

Agressão contra a sogra

Segundo a apuração da Polícia Civil, Jonas foi denunciado pela mãe de Carla em 2015, por agressão. De acordo com o boletim de ocorrência, ele teria torcido o braço da sogra e a ameaçado de morte. Em 2016, a esposa o denunciou por agressão e afirmou que ele teria tentado enforcá-la e a ofendido. No ano seguinte, o suspeito foi preso por ter agredido a mulher novamente. 
O delegado acredita que as agressões tenham progredido até a morte da mulher. “Temos elementos que levam a investigação a acreditar que, de fato, ele tenha jogado a mulher pela janela. Ele não prestou socorro e ainda se trancou no apartamento após o ocorrido”, aponta Ataliba. A Polícia Militar ainda informou que no momento em que entrou no apartamento, Jonas estava com uma faca na mão e precisou ser contido. 
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