A maior peregrinação anual a Meca reuniu milhares de muçulmanos em cerimônias sob temperaturas elevadas, com termômetros registrando mais de 50 graus. O hajj, peregrinação realizada à cidade santa pelos muçulmanos, deste ano foi marcada pela trágica morte de mais de mil pessoas devido ao calor extremo. De acordo com agências internacionais, o número de mortos subiu para 1.081, quatro vezes mais do que o ano passado.
Entre os falecidos, pelo menos 658 eram cidadãos egípcios, que morreram devido a doenças relacionadas à exposição ao calor. Um diplomata árabe informou que, exceto um peregrino que morreu após ser ferido numa debandada, todos os outros sucumbiram ao calor. Agências internacionais coletaram os números no necrotério de um hospital no bairro de Al-Muaisem, em Meca.
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Pelo menos 60 jordanianos também morreram, superando o número oficial de 41 mortos anunciado anteriormente por Amã. Mas entre as vítimas, há cidadãos da Turquia, Indonésia, Irã e Senegal. Ainda não se sabe se essas mortes ocorreram após o início oficial na última sexta-feira (14), ou se já havia óbitos entre os peregrinos que chegaram antes. Este ano, o Hajj atraiu cerca de 1,8 milhão de peregrinos à Arábia Saudita, a maioria estrangeiros.
Debandadas e outros acidentes
Debandadas, incêndios e outros acidentes têm causado centenas de mortes durante a peregrinação nos últimos 30 anos. O número total de mortos neste evento já muito superior aos 240 no ano passado, embora a maioria dos países não tenha especificado o número exato de casos relacionados com as altas temperaturas.
A peregrinação anual, uma das maiores reuniões religiosas do mundo, ocorreu novamente este ano em pleno verão, numa das regiões mais quentes do mundo. Em Meca, as temperaturas atingiram 51,8 graus. Para ajudar os peregrinos a suportar o calor, as autoridades locais instalaram nebulizadores na área externa e guardas borrifavam água nos fiéis.
Importância do Hajj
O Hajj é um dos cinco pilares do Islã e exige que um muçulmano faça uma peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida, se tiver condições para isso. A peregrinação começa com o ritual do “tawaf”, que consiste em dar voltas na Kaaba, a estrutura cúbica preta para a qual todos os muçulmanos do mundo rezam, localizada no coração da Grande Mesquita.
Depois, os fiéis seguem para Mina, um vale cercado por montanhas rochosas a vários quilômetros de Meca, onde passam a noite em tendas climatizadas. A prática é uma fonte de prestígio e legitimidade para a Arábia Saudita, cujo rei leva o título de Guardião das duas mesquitas sagradas de Meca e Medina.