O carnaval hoje nas grandes e médias cidades é organizado pelo poder público mas a festa sempre foi de inciativa popular. Aliás, foi exatamente essa iniciativa que forçou as administrações a organizar o caos. A partir daí, transformando a festa de Momo em um grande negócio que gera renda e arrecadação nas grandes, médias e pequenas cidades, como algumas da Chapada Diamantina ou capital baiana. Mas não é o que acontece em Formosa do Rio Preto.
Por cá, todos os anos há uma tentativa de amigos em manter tradições que no passado era apresentado com muita força na pequena população, principalmente entre os anos de 1970 e 1990. Nas décadas que se seguiram as manifestações foram perdendo força e a tradição ficando na memória.
Moradores tem tentado resgatar tradições da velha guarda, ainda que os expoentes estejam divididos em pequenos grupos e não haja concentração em um determinado local, numa sensação da “volta dos que não foram. O maior expoente, talvez seja dois grupos que trouxeram a tona os caretas, que consiste em uma capa preta, chocalhos e máscaras, que em tese cumpre o papel de assustar. As ruas da cidade estão tomadas por essas figuras exóticas que fazem a alegria, ou não, da criançada e nunca passam despercebidos.
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Outra ideia trazida da memória ficou a cargo das mulheres com o “Cordão das Mascaradas” que ao som de marchinhas, percorreram as principais ruas da cidades na sexta-feira (9). A iniciativa relembrada durante os preparativos para a apresentação dos do Reis das Camponesas, no último dia 4, em outra tentativa de resgate da cultura.
Este ano, outras duas iniciativas se continuadas, podem fazer da cidade uma bom destino carnavalesco para seus filhos ilustres, moradores de outras cidades que visitam parentes no feriadão. O baile promovido por Paquinha, um bom expoente da nossa música, e a entusiasta Cassandra com seu grupo de amigos, que estão sempre movimentando a cena.
Nos anos anteriores, além dos Caretas, uma empresária do ramo hoteleiro puxou da cartola o bloco Canjaranas, reunindo amigos e conhecidos atrás de um trio elétrico. Mas daí veio a pandemia e a ideia foi paralisada. Além disso, o carnaval de Passarinho no bairro Projeto, mantém a animação do folião, mas sem esquecer Alemão e outros expoentes da alegria momesca na cidade.
Os quarentões desta cidade, certamente se lembrarão do Bola Branca e do Balancê e seus encontros memoráveis após os bailes. Outros não tiram da memória as festas do Tremendão.
Ao longo dos anos, a prefeitura não tem colaborado. Neste ano, o carnaval promovido por ela não empolgou. No sábado um cantor contratado levou meia dúzia de foliões a avenida. Por outro, uma festa particular no bairro Santana, lotou. No mesmo dia o Bloco da Melhor Idade desfilou, mas a ideia é muito mais politiqueira do que resgate cultural. No dia seguinte, as crianças se divertiram ao som de uma banda sem empolgação. A festa foi tão ruim que o prefeito e primeira-dama se retiraram no local antes do previsto.
Pois bem! O que é o carnaval senão uma multidão com o compromisso da diversão? Iniciativas deveriam imperar entre os moradores para tornar a festa interessante na cidade, até que surja alguém com a visão também voltada para o entretenimento. Mas no carnaval basta reunir todo mundo com a ideia da alegria que a festa fica pronta.
Parabéns prefeitura. Investir em algo mais útil do que festinha, ainda mais numa festividade dessa, que culmina no uso de drogas, facilita vandalismo, facilita a prostituição, ainda mais de adolescentes que saem de casa para essas “festinhas”. Melhor investir em outras áreas do que em festas que não levam a nada… Deixa a dor de cotovelo do jornaleco falar mais alto. Kkkkkk
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