Casos de meningite dobram na Bahia e deixa estado em alerta

com jornal Correio*

Com 273 casos de meningites de diversas etiologias confirmados na Bahia até setembro, acendeu o alerta na Sesab- Secretaria da Saúde da Bahia, que disse que somente 62,9% das crianças no estado tinham sido imunizadas contra a doença, até julho de 2022.

O número é 160% a mais que o mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 105 casos. Em 2020, foram 143. Este ano, já ocorreram 43 mortes pela doença. Em 2021, foram 21 óbitos, quase 50% a menos.

No ano de 2018, foram confirmados 337 casos de meningite na Bahia, entre janeiro e setembro daquele ano. Em 2019, foram 348 diagnósticos de meningite, no mesmo período, conforme dados da Sesab. Para Ramon Saavedra da Coordenação de Doenças Imunopreveníveis da Sesab, a baixa cobertura vacinal está atrelada a questões sociais. “Existe uma falsa sensação de segurança, porque as formas extremas da doença não estão em evidência. Existe o medo de reação, as questões religiosas e notícias falsas relacionadas à imunização”, explicou ao jornal Correio.

Surto fora da Bahia

Na última semana, São Paulo registrou surto da doença. Estados como Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais tiveram aumento no número de casos.

A professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Glória Teixeira, explicou ao Correio, que a Bahia ainda não vive um surto, mas que a atenção precisa ser redobrada. “Um surto é determinado de acordo com um diagrama de controle que leva em consideração o tipo de meningite, a média de casos registrados em anos epidêmicos e de anos anteriores.

Tivemos redução de casos na pandemia devido ao uso de máscara, distanciamento social e outras medidas de isolamento, então, estamos registrando um aumento este ano, mas ainda menor do que os anos pré-pandemia”, salienta.

Vacinação

No esquema padrão de vacinação, o imunizante contra a meningite meningocócica C é aplicado em bebês aos 3, 5 e 12 meses, e o de meningite meningocócica ACWY aplicado na faixa etária de 11 a 14 anos de idade. Vale lembrar que a multivacinação terminou no último dia (30), mas, no caso da meningocócica ACW ela foi ampliada até junho de 2023.

A Sesab informou que ampliou a oferta da vacina meningocócica C conjugada para as pessoas de 1 ano de idade até 19 anos, 11 meses e 29 dias de forma seletiva. E recomendou o uso indiscriminado para profissionais de saúde. Já a vacina meningocócica ACWY estará disponível na rede pública até junho de 2023 para os adolescentes de 11 a 14 anos. Outras vacinas disponíveis contra meningites bacterianas são: BCG, Pentavalente e pneumocócica 10 valente.

É importante que pais e responsáveis levem seus filhos aos postos de saúde mais próximos para a imunização, já que ela visa a prevenção de muitas doenças que, inclusive, correm alto risco de voltar ao Brasil, como a poliomielite – que causa a paralisia infantil que tem um caso suspeito no Pará, investigado pelas autoridades de saúde do país.

Saiba mais sobre a meningite

Transmissão – Em geral, a transmissão é de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Também ocorre transmissão através da ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes;

Sintomas – As meningites provocadas por vírus costumam ser mais leves e os sintomas se parecem com os das gripes e resfriados. A doença ocorre, principalmente, entre as crianças, que têm febre, dor de cabeça, um pouco de rigidez da nuca, falta de apetite e irritação. Meningites bacterianas são mais graves e em pouco tempo os sintomas aparecem: febre alta, mal-estar, vômitos, dor forte de cabeça e no pescoço, dificuldade para encostar o queixo no peito e, às vezes, manchas vermelhas espalhadas pelo corpo;

Tratamento – Após a avaliação médica e a realização de exames, o tratamento será indicado de acordo com o agente causador da infecção. Não há tratamento específico para a meningite viral e, como acontece com outras viroses, se resolve sozinha, podendo ser utilizados medicamentos que tratem apenas dos sintomas, como dor e febre. Meningites bacterianas são mais graves e devem ser tratadas imediatamente, em ambiente hospitalar;

Prevenção – A principal forma de prevenir a meningite em crianças é através da vacinação.

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