Centrão desiste de Ciro e decide apoiar Alckmin

Thaís Bilenky e Daniel Carvalho | Folhapress | São Paulo e Brasília

 

Depois de uma reunião com o pré-candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) nesta quinta-feira (19) em São Paulo, líderes do centrão disseram que os termos do acordo com o tucano foram fechados, restando agora uma validação interna formal nos partidos para que seja anunciado.
A aliança deve mudar a correlação de forças da eleição, dando a Alckmin capilaridade e o maior tempo de TV.
Os partidos do centrão têm, juntos, 171 segundos por bloco. Sozinho, Alckmin já tinha 78 segundos. Com a aliança, o tucano chega a 249 segundos (4 minutos e 9 segundos). Com os 111 segundos (1 minuto e 51 segundos) de PPS, PV, PTB e PSD, com quem já está aliado, Alckmin chega a 360 segundos (6 minutos).
Adversário histórico do PSDB, o PT tem 95 segundos (1 minuto e 35 segundos).
Alckmin disse, por meio de sua assessoria, que nada foi definido e anúncios ficarão para a próxima semana. A campanha tucana adotou cautela especialmente em relação ao PR, comandado por Valdemar Costa Neto, e o PP.
Embora sem representantes na reunião, o PR chancelou o acordo para apoiar Alckmin.
Uma das principais resistências à aliança com o tucano foi vencida, a do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). Ele foi convencido a desistir de Ciro Gomes (PDT) por seus rompantes e incompatibilidade ideológica, especialmente depois de uma conversa entre economistas dos dois grupos.
O bloco, formado por DEM, PP, Solidariedade, PR, Avante, PRB e PHS sugeriu Josué Alencar (PR) para a vice na chapa. Alckmin não demonstrou resistência, ao contrário, disseram participantes.
O tucano se encontrou em uma casa nos Jardins com o presidente do DEM, ACM Neto, Rodrigo Maia, os deputados Paulinho da Força (SD-SP) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Marcos Pereira (PRB), e Luís Tibé (Avante-MG).
Segundo relatos, o presidenciável tucano se comprometeu a estudar uma forma de compensar o fim do imposto sindical de forma a garantir a sobrevivência dos sindicatos.
Outro ponto a ser ainda trabalhado são os palanques estaduais, sendo Minas Gerais o principal foco de atenção.
O DEM havia dado legenda para Rodrigo Pacheco se lançar ao governo mineiro. Com a aliança, precisa redefinir a chapa, já que PSDB tem o ex-governador Antonio Anastasia como pré-candidato.
A recondução de Maia na presidência da Câmara está subentendida no acordo, disseram líderes do bloco.

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