A coloração da água do Rio Preto tem chamado atenção pela cor barrenta que tem apresentado nos últimos dias. A situação provocou reações e tem deixado a população preocupada. Em algumas postagens em redes sociais, internautas citaram que “valas” abertas na região conhecida como Gerais do Rio Preto haveria “estourado” e então levado sedimentos para dentro do rio, inclusive com mortandade de peixes devido a lama.
VEJA TAMBÉM
Normalmente em épocas da chuva, a água do rio muda sua cor, devido aos sedimentos carregado pelas correntezas, ainda mais com o desmatamento nas áreas do cerrado formosense para plantação e nas cabeceiras dos rios que cortam o maior município do Brasil, com exceção com os da região Norte. Segundo informou o Instituto do Meio Ambiente e Recurso Hídricos – Inema, a precipitação pluviométrica foi 75mm entre os dias 17 e 18 de novembro na região da Coaceral. Já no dia 19 a precipitação foi de 18,2mm. Em outras localidades do município chegou a 9,8mm. No entanto na sede do município as chuvas não passaram de 5mm.
.
FOTOS COMPARATIVAS – Darlan A. Lustosa | Portal do Cerrado
Procurada pelo Portal do Cerrado, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos – Semmarh disse que já está ciente das ocorrências e que tomará as providências necessárias. Mas ainda espera por mais informações dada a extensão territorial do município. A denúncia que chegou a Secretária dá conta do problema, mas falta a localização exata. Porém, disse também que técnicos da Secretaria subirão até o Gerais do Rio Preto para investigar o que tem feito a coloração da água mudar.
Heitor Gomes, um morador ribeirinho do velho rio, diz que acha estranho a mudança sem as chuvas e que é necessário investigar. “Não é natural essa cor. Alguma coisa aconteceu“, disse ele.
Nas redes sociais, formosenses tem feito publicações chamando atenção para a falta da transparência das águas do Rio Preto, agora assemelhando-se com lama, como mostra o internauta na postagem logo abaixo.
Sândalo Nogueira, artista desta terra e defensor do Rio Preto, autor de A Voz do Rio em parceria com Laércio Correntina postou um trecho de sua canção para protestar:
“Mas o homem bota o dedo
Dedo de má criação.
Chora peixe, chora rio
Chora sombra do pomar
Chora verde, choro do AZUL
Chora o canto do lugar.
Ficam as digitais de dedos podres e irresponsáveis que ameaçam o nosso maior patrimônio ambiental.
O Rio Preto não resiste ao cálice de cicuta!”