A expectativa para a observação astronômica no Brasil se eleva este domingo (21), quando o “Cometa do Diabo”, oficialmente conhecido como 12P/Pons-Brooks, ficará visível no Hemisfério Sul. O cometa, que completa sua órbita ao redor do Sol a cada 71,3 anos, promete um espetáculo celeste na noite de abril, visível logo após o por Sol.
A princípio, desde o dia 7 de abril, observadores estão acompanhando a passagem do corpo celeste na Região Nordeste, já que os estados localizados mais ao Norte do país serão os primeiros a ver o cometa no céu. Contudo, para a decepção dos entusiastas, o cometa não poderá ser apreciado a olho nu. Segundo Filipe Monteiro, astrônomo do Observatório Nacional, o brilho do cometa não atinge a intensidade necessária para tal. Assim, os observadores necessitarão de binóculos ou telescópios para avistá-lo, preferencialmente entre 17h40 e 18h30.
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Mas o cometa ainda reserva outra surpresa: no dia 2 de junho, ele se aproximará da Terra, mas com visibilidade muito menor.
Porém, a denominação “Cometa do Diabo” desperta a curiosidade. Essa alcunha emergiu após uma observação feita pelo astrônomo Elek Tamás, que notou um aumento significativo no brilho do cometa devido a um “outburst”. A distorção da sua calda, que assumiu um formato reminiscente de ferradura ou chifres, levou à criação do apelido.
Além disso, o Observatório Nacional esclarece que o nome não sugere qualquer conotação maligna. Curiosamente, observadores compararam o cometa à nave Millennium Falcon de “Star Wars“, devido aos seus “chifres” proeminentes. Os cientistas estão investigando a origem deste fenômeno peculiar, considerando a possibilidade de uma emissão desigual de gás e poeira ou um efeito de sombra causado pela topografia do cometa.
Cometas são corpos celestes compostos por gelo, rocha e poeira. À medida que se aproximam do Sol, tornam-se ativos e a transformação de gelo em gás forma uma coma ao redor deles.