Crescimento de consciência ambiental impulsiona novos negócios verdes

Embora o dia 5 de junho seja a data escolhida para celebrar o Dia do Meio Ambiente, as atenções podem ser voltadas para o tema durante todo o ano. Seguindo esse princípio, empreendedores buscam estar atentos à legislação ambiental e, em alguns casos, investem em negócios que têm a sustentabilidade como principal foco de trabalho.

“Nos últimos anos, a sociedade brasileira tem estado mais consciente em relação ao meio ambiente. Isso levou à abertura de negócios verdes, pois, através deles, há a possibilidade de criar uma boa imagem perante o consumidor”, aponta Eduardo Garrido, analista da Unidade de Gestão de Portfólio do Sebrae Bahia.

Uma pesquisa de mercado realizada no ano passado pelo instituto de pesquisa online Opinion Box buscou entender a preocupação dos consumidores em geral com a sustentabilidade. O levantamento apontou que, dos 2.040 internautas entrevistados, 54% dão preferência a empresas ou marcas reconhecidas pelos cuidados ambientais. Na mesma amostra, 42% afirmaram se preocupar muito com as políticas sustentáveis de uma empresa ou marca.

O desejo de cultivar hortas aliado à preocupação com o meio ambiente motivou a administradora Josivânia Virgens a criar a Jardim Pocket, empresa que comercializa plantas em latinhas feitas com material reciclável. Criada este ano, a empresa vende os produtos em sete pontos físicos distribuídos entre as cidades de Salvador e o município de Lauro de Freitas, e também pela internet.

“Temos o objetivo de ajudar as pessoas a cultivarem hortas e jardins em pequenos espaços, mesmo aquelas que possuem pouca ou nenhuma experiência”, afirma ela, que, antes de morar em Salvador, mantinha pequenas plantações em Catu, cidade onde morava.

Josivânia acrescenta que o descarte adequado dos resíduos também é seguido pela Jardim Pocket. “Todo o lixo gerado na produção dos kits Jardim Pocket é separado e direcionado aos pontos de coleta seletiva de lixo”, completa.

Livre de agrotóxicos

Ao investir na criação de uma empresa voltada à produção de derivados orgânicos do coco verde, livres de agrotóxicos, o ecólogo Kléber Alves percebeu que a preocupação com a sustentabilidade lhe possibilitaria maiores chances de sucesso econômico. Sediada na cidade do Conde, litoral norte baiano, a Finococo atua no mercado desde 2001 e fabrica produtos como coco ralado, farinha e óleo.

“Ser ecólogo me deu maiores noções para investir. Caso eu não cumprisse exigências e recomendações ambientais, o fracasso, mesmo que demorasse, chegaria”, analisa. Atualmente, a empresa vende para outros estados do país e também para o exterior.

Em alguns casos, o ativismo pode ser um fator determinante para a abertura de um negócio verde. Vegana, a analista de marketing Lorena Passos criou em 2017, com a ajuda da mãe, a Baunilha Haus, linha de cosméticos que utiliza matéria-prima de origem vegetal. Os produtos são vendidos pela internet através de um site próprio, e em pontos físicos nas cidades de Salvador e Aracaju (Sergipe).

As embalagens dos cosméticos são retornáveis e, por isso, o cliente que devolvê-las recebe 15% de desconto na próxima compra. “Vimos como uma forma de incentivar os próprios clientes a terem consciência acerca da sustentabilidade”, pondera. Em fevereiro, deste ano, a novidade foi o lançamento de esmaltes biodegradáveis, com material de fácil decomposição.

Para quem ainda está iniciando no mercado e tem dúvidas sobre como montar negócios sustentáveis, o Sebrae oferece suporte especializado por meio do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), criado em 2010, com sede no estado do Mato Grosso e atendimento em todos estados do Brasil, inclusive na Bahia.

Mesmo nos negócios sustentáveis, é preciso ter cautela. “Se o empreendedor ou empresário não se atentar à legislação ambiental, ele pode sofrer punições que vão desde o embargo à interdição do negócio”, reforça o analista do Sebrae

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