Destruição e medo em incêndio na zona rural de Formosa do Rio Preto

 

Voluntários no combate ao incêndio na localidade de Olho D´Água adentrando a vegetação seca em busca de focos de incêndio

Um incêndio de grandes proporções foi debelado hoje (23) na comunidade de Olho D´Água, zona rural de Formosa do Rio Preto, extremo oeste da Bahia. Segundo informações de moradores, o fogo começou na noite de quinta para sexta-feira e provavelmente tenha sido uma ação de caçadores e destruiu além da biodiversidade do cerrado, a área de pastagem para as poucas cabeças de gado dos criadores da localidade. O que se viu neste domingo foi um lastro de destruição e desânimo. Ainda por conta do fogo, uma árvore caiu sobre a rede elétrica o que deixou algumas casas sem energia por dois dias. O incêndio foi debelado com ajuda de moradores circunvizinhos de  Olho D´Água, Sucuruiú, Aldeia de Dentro e Timbual.   Acredita-se que cerca que de 30 voluntários tenham participado da ação desde o início.

 

Área devastada pelo fogo na comunidade de Olho D´Água

Esta época do ano é propenso a propagação de incêndios no oeste da Bahia. Com o calor  beirando os 40 graus em Formosa do Rio Preto e sul do Piauí, e com queimadas para limpeza de área para plantação e por vezes fora de  controle e, ação  irresponsável de caçadores que acedem fogueiras durante a noite, trás prejuízo, destruição e medo aos moradores.

 

Na localidade de Olho D´Água, dona Eliene Aires que mora há 22 anos, com seu esposo e 4 filhos, diz que jamais tinha vista o fogo tão próximo de casa. “Ontem (sábado) foi assustador. O fogo beirava o quintal. Foi o dia que sentir mais medo”

 

Duval, 82 anos morador do Olho D´Água

Vizinho de D. Eliene,   seu Durval Ribeiro dos Santos, 82 anos, campeava a cavalo para monitorar o fogo e chegava com a informação que havia risco do fogo atravessar para outra fazenda, caso não derrubasse uma árvore seca que pegava fogo sobre o morro. Com a informação cerca de 3 quilômetros depois, andando sobre um aceiro aberto pelos moradores para evitar a alastramento do fogo, seus 3 amigos encontraram o perigo. Com machado e foice derrubaram um arbusto ressequido de cerca de 3 metros.

 

 

Alexandre Silva da Brigada Voluntária de Formosa do Rio Preto (BA)

“O aceiro é importante. É quando você faz a limpeza para evitar que o fogo se alastre. Mas temos que observar também o fogo subterrâneo que é quando as raízes queimam por debaixo da terra e faz com que o fogo ‘caminhe’ para outra localidade”, informa Alexandre Silva, brigadista voluntário no município de Formosa do Rio Preto (BA).

Com uma área pouco menor do que o estado de Sergipe, Formosa do Rio Preto é o maior município da Bahia com quase 16 mil km² e conta somente com a Brigada Voluntária, constituída de cidadãos que doam seu tempo ao combate de incêndios. O Corpo de Bombeiros mais próximo está na cidade de Barreiras, distante 150 quilômetros. 

 

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