Empresários presos pela PF, mantêm contrato com Prefeitura de Formosa do Rio Preto

Dois empresários presos na Operação Overclean desencadeada pela Polícia Federal na terça-feira (10) mantêm contrato com a prefeitura de Formosa do Rio Preto, através da empresa Larclean Saúde Ambiental, contratada para “controle sanitário de ambientes” conforme dados extraídos do Portal da Transparência e do Diário Oficial do Município.

Jornais do país noticiaram estarrecidos, a suposta movimentação do grupo em torno de R$ 1,4 bilhões. O g1 mostrou o modo da operação e apontou os envolvidos.

A licitação ocorreu no dia 11 de fevereiro de 2022. Já o contrato no valor de R$ 1.599,426,40 foi assinado dia 15 de fevereiro, quatro dias após a realização do Pregão Presencial e já sofreu pelo menos dois aditivos de prazo. Um em fevereiro de 2023 e outro neste ano de 2024.

A empresa como tantas outras com contrato com a prefeitura de Formosa do Rio Preto, tem sede na capital baiana.

A prefeitura pagou mais de meio milhão de Reais somente em 2022 e outros valores entre os anos de 2023 e 2024, conforme dados acessados em 11 de dezembro de 2024, no Portal do Transparência da Prefeitura de Formosa do Rio Preto.

Veja contrato entre a prefeitura de Formosa do Rio Preto e a Larclean

Operação Overclean

A Polícia Federal deflagrou nas primeiras horas da manhã de terça-feira (10) a Operação Overclean, mirando uma organização criminosa, suspeita de desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro, tendo movimentado aproximadamente R$ 1,4 bilhão de Reais. Desse montante, parte é proveniente de emendas parlamentares e contratos firmados com órgãos públicos apenas em 2024.

O desvio ocorria por meio de contratos superfaturados firmados com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos e lavagem de dinheiro.

A Polícia Federal cumpriu mandados na Bahia, em São Paulo e em Goiás. Ontem a polícia prendeu 15 pessoas preventivamente, com duas consideradas foragidas. Nesta quarta-feira (11) um vereador eleito na cidade de Nazaré se entregou a polícia, após ser flagrado com câmeras de reconhecimento facial em Salvador. A PF também cumpriu 43 mandados de busca e apreensão e ordens de sequestro de bens nos estados.

De acordo com o g1, apenas Itallo Moreira de Almeida, servidor da Secretaria de Educação do Tocantins e suspeito de favorecer empresas nas licitações, segue foragido.

A decisão judicial da 2ª Vara Federal Criminal aponta o empresário Alex Rezende Parente como líder da organização criminosa. Além dele, seu irmão, o também empresário Fábio Rezende Parente, e o ex-coordenador do DNOCS, Lucas Maciel Lobão Vieira, seriam integrantes do “núcleo central da organização”.

Integrantes

Alex é sócio-proprietário das empresas Allpha Pavimentações e Serviços de Construções Ltda., Larclean Ambiental, Rezende Serviços Administrativos Ltda., FAP Participações Ltda., e Qualymulti Serviços EIRELI – ME. Ele é suspeito de fraudar licitações com o setor público.

Irmão de Alex, Fábio é também sócio-proprietário de empresas como Larclean, Allpha Pavimentações, FAP Participações LTDA., e Rezende Serviços Administrativos LTDA.

Ele é apontado como integrante do “núcleo central da organização”, atuando como executor financeiro da organização, realizando as transferências bancárias e os pagamentos de propinas. Ele é suspeito de utilizar contas bancárias em nomes de terceiros, como a da empresa fantasma Bra Teles Ltda.