com Agência Senado, Glamurama e Gntech |
O suicídio é a quarta causa de morte mais comum entre os jovens. E 17% dos brasileiros já pensaram alguma vez em se matar. A cada 40 segundos uma pessoa tira a própria vida no mundo e de acordo com CVV – Centro de Valorização da Vida, 32 brasileiros se suicidam por dia no país, número que supera as mortes por câncer e Aids.
D acordo com a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser evitados se o suicida tivesse buscado ajuda e se as pessoas à sua volta identificassem os sinais de que algo errado estava acontecendo.
Os dados assustam, mas, apesar de todo o tabu que ainda envolve o tema, eles não podem passar despercebidos. Por isso, desde 2015, o CVV realiza, juntamente à Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM), a campanha ‘Setembro Amarelo’ no Brasil, com o intuito de alertar e conscientizar toda a população sobre a prevenção ao suicídio.
SINAIS DE ALERTA
De acordo com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), é possível evitar o suicídio. Dados oficiais apontam que cerca de 96,8% dos casos estão relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar, a depressão, seguida pelo transtorno bipolar e abuso de substâncias. Para o Ministério da Saúde do Brasil, para a prevenção, é fundamental estar atento a possíveis sinais de alerta. Entre eles, o aparecimento ou agravamento de problemas de conduta ou de manifestações verbais durante pelo menos duas semanas; preocupação com a própria morte ou falta de esperança; expressão de ideias ou de intenções suicidas.
Caso a pessoa não atenda a telefonemas, passe a interagir menos nas redes sociais ou deixe de frequentar círculos de amigos e reuniões familiares, é importante ficar atento. Conversar com pessoas de confiança e procurar ajuda dos serviços de suporte são iniciativas fundamentais de prevenção. “Exposição ao agrotóxico, perda de emprego, crises políticas e econômicas, discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, agressões psicológicas e/ou físicas, sofrimento no trabalho, diminuição ou ausência de autocuidado, conflitos familiares, perda de um ente querido e doenças crônicas, dolorosas e/ou incapacitantes podem ser fatores que vulnerabilizam, ainda que não possam ser considerados determinantes para o suicídio” especifica o ministério.
Em caso de perigo, não se deve deixar a pessoa sozinha, nem permitir que tenha acesso a meios para provocar a própria morte, como pesticidas, armas de fogo ou medicamentos. Além disso, é importante estar em contato permanente para acompanhar como a pessoa está passando e o que está fazendo.
A Origem do Setembro Amarelo
A origem do Setembro Amarelo e todo esse movimento de conscientização contra suicídio começou com a história de Mike Emme, nos Estados Unidos. O jovem era conhecido por sua personalidade carinhosa e habilidade mecânica, tendo como sua marca um Mustang 68 que ele mesmo restaurou e pintou de amarelo.
Porém, em 1994, Mike cometeu suicídio, com apenas 17 anos. Infelizmente nem a família, nem os amigos de Mike, perceberam os sinais de que ele pretendia tirar sua própria vida.
No funeral, os amigos montaram uma cesta de cartões e fitas amarelas com a mensagem: “Se precisar, peça ajuda”. A ação ganhou grandes proporções e expandiu-se pelo país.
Diversos jovens passaram a utilizar cartões amarelos para pedir ajuda a pessoas próximas. A fita amarela foi escolhida como símbolo do programa que incentiva aqueles que têm pensamentos suicidas a buscarem ajuda.
Em 2003, a Organização Mundial da Saúde(OMS) instituiu o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. O amarelo do Mustang de Mike é a cor escolhida para representar essa campanha.