Família denuncia negligência no hospital de Formosa do Rio Preto

Uma gestante de Formosa do Rio Preto enfrentou momentos de angústia devido à falta de estrutura hospitalar na cidade. Segundo familiares, a mulher foi ao hospital no dia 12 de janeiro de 2025 com fortes contrações, mas foi mandada de volta para casa após um exame inicial e com pressão alta. No dia 21 de janeiro, durante uma ultrassonografia, foi constatada a ausência de batimentos cardíacos do bebê, o que levou à sua internação. Antes, ela teve que passar por uma clínica particular para constatar a falta dos batimentos. Dizem que a unidade emergência não tem aparelho de ultrassonografia.

A paciente esperava vaga desde o dia anterior por uma vaga no Hospital do Oeste, em Barreiras, para retirada do feto, considerando que a equipe hospitalar suspeitava da morte do bebê, que já estava com 9 meses. A situação se não gerou indignação na população silenciada, gerou questionamentos sobre o estado da saúde pública local.

“Formosa do Rio Preto têm recursos suficientes para ter cirurgias e equipamentos adequados. O que está sendo feito com esse dinheiro?”, questionou a cunhada da paciente que postou vídeos revoltada. A previsão orçamentária para todo o ano de 2025, supera os R$ 300 milhões. [veja vídeos abaixo]

Pela manhã, a reportagem entrou em contato com Edna Cristina, a Secretária de Saúde do município, que informou que um médico estava sendo providenciado para fazer o parto da mulher, que estava grávida do segundo filho. Ela perdeu uma criança por causa da dengue, apontou um familiar.

A família cobrou providências das autoridades municipais desde a madrugada desta quarta-feira (22), contudo, no início da noite o bebê nasceu sem vida de parto normal no hospital local, sem nenhuma providência da administração.

Era de se esperar um pré-natal bem feito, com protocolos bem estabelecidos, profissionais treinados, rede de assistência e apoio definido, com agilidade na resolução de intercorrências, que diminuíssem o risco de morte materna e ou fetal.

Colapso da saúde municipal

A saúde do município já dava sinais de colapso, nos primeiros meses do terceiro mandado de Neo Araújo, e foi deteriorando ao longo dos anos. A pasta da saúde municipal já está em seu terceiro secretário nos últimos 4 anos, mas ainda assim, nenhum deles mostrou capacidade resolutiva, mesmo diante da cobrança de parte da população.

Em dezembro, a Polícia Civil da Bahia, fez uma grande operação com mais de 60 agentes para investigar desvios de recursos públicos na Secretária Municipal da Saúde. Mesmo após a Operação USG deflagrada em 17 de dezembro, a administração de Neo, não apontou nenhuma solução.

Na contrapartida da falta de soluções, a prefeitura local pagou dezenas de exames transvaginais para homens, como mostrou o Portal do Cerrado em 15 de novembro de 2023. A publicação originou denúncia de quatro vereadores, tanto no Ministério Público, como na Polícia Civil.

Apesar das críticas, Neo Araújo foi eleito para um quarto mandato, com a maioria dos eleitores chancelando sua administração. Um dia após a eleição, ele deixou o município e foi para sua residência em um condomínio de alto padrão na capital baiana. Neo sequer esperou a festa da vitória.

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Este texto foi alterado às 6h47 de 23/01/2025 para constar sobre primeira gravidez.