Folia de Reis era manifestação presente na vida do povo de Formosa do Rio Preto

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Era no tempo do lendário Jorge Correia e a pequena vila de Itajuí, formada por poucas ruas como a 15 de Novembro que teve seu nome modificado em um projeto sugerido por Chico Serpa, ruas da Ladeira, da Matriz, do Cruzeiro e das Almas e praça da Matriz. A cidade era mais ativa nas suas atividades culturais. Um tempo do Teatro São Roque e do cinema que existia na rua. O Centro Cívico do importante Colégio Rosita Teixeira, derrubado por um ex-prefeito, sem ter deixado rastros, a não ser a formação de muitos formosenses.

A participação da sociedade à época era ativa e sem interferência do poder público. Desde a preparação das Folias de Reis, nos ensaios e os participantes: Época dos Ternos das Pescadoras, Terno das Marinheiras, Terno das Rosas coordenado ou com a participação, além da professora Mercês, Tereza irmã de Dominguinho, Leonídia Garcês que também preparou o Reis das Rosas, Dona Gildete de Zeca, Amazília Oliveira, Tezinha, Dona Belinha, Mariazinha Teixeira, Helena Gomes, Dona Clezinha e tantos outras pessoas da sociedade que compunha a velha e saudosa Formosa de outros tempos. Há de lembrar do Terno dos Caboclos, com Venço, Sinhô, João Macio, Laurindo e outros, bem lembrado pelo advogado Francisco Serpa em crônica bem elaborada e publicada hoje pelo Portal do Cerrado.

Como explica a professora Mercês Garcês, que desde os 10 anos, participava das manifestações em Formosa do Rio Preto, todo dia 06 de janeiro saía pelas ruas, Os Reis e, suas apresentações se estendiam até o último dia de janeiro para angariar fundos.

Professora Mercês falou ao site hoje com saudade de um tempo que não volta mais. Foto: Arquivo Pessoal

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“O Terno de Reis e o Reis são duas coisas diferentes. O Terno de Reis era uma forma de agradecimento por um objetivo alcançado ou por um casamento ou por ter se formado e era realizado em uma casa específica. O Reis era que saía de casa-em-casa a partir do dia 06 .

diz a professora.

A época, os Reis eram acompanhado pelos acordes de Zeca de Justino e pelo saudoso tocador Jordelino.

Na história recente, se não houve uma tentativa de resgate das manifestações, as fortes lembranças fizeram com que Helena Gomes proporcionasse a encenação do terno da Cigana, do Boi pelo advogado Hélio Justo e também o Terno das Marinheiras pela professora Mercês.

Safira Serpa participando do Terno das Ciganas | Foto: Arquivo pessoal
Umas das últimas apresentações do Terno de Reis em Formosa do Rio Preto em 2004 | Foto: Arquivo pessoal da professora Mercês Garcês

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Folia de Reis

Comemorado a cada 6 de janeiro, a conhecida como Solenidade da Epifania do Senhor ou como “Dia de Reis”, ou “Dia dos Santos Reis”, tem origem na tradição católica que lembra o dia que Jesus Cristo, recém-nascido, recebeu a visita de três Reis Magos: Belchior, Gaspar e Baltazar, vindos do Oriente, guiados por uma estrela. Os três Reis Magos levaram a Jesus ouro, incenso e mirra, que representam as três dimensões de Cristo: a realeza, a divindade e a humanidade (o óleo da mirra servia para embalsamar os mortos). Tais presentes simbolizam, ainda, o futuro da missão de Jesus.

A intenção dos evangelistas ao mostrar os magos vindos do Oriente foi ensinar que o Cristo veio não apenas para o povo de Israel, mas para todos os povos e nações do mundo. A festa popular – também conhecida como Folia de Reis – foi trazida ao Brasil pelos colonizadores portugueses e até meados da década de 80 do século passado era tradição em Formosa do Rio Preto.

Lapinha

Hoje também foi dia de “desarrumar” as Lapinhas. A tradição ainda é mantida por Soledade de Venço, dona Abenilda no Porto Limpo e dona Constância de Neca da Cauã .

Presépio e Lapinha na casa de dona Abenilda no Porto Limpo
Lapinha na casa de dona Constância
Comentários (1)
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  • Luciano Moreira Lisboa

    Ainda me lembro muito bem das festas de Reis, quando criança ficávamos apreensivos com a apresentação do Rei do Boi pelo Saudoso Venço e Virgilino meia quarta (como assim o chamavam). A hora mais esperada, era quando o vaqueiro derrubava o boi com um tiro de Bate-bucha e começava a sua partilha, oferecendo as suas partes para os moradores que rimava cada parte, como : ” e do boi o filé, assim mesmo é, é de seu Catolé, assim mesmo é, respondia o povo”. Deixo aqui o meu parabéns ao Site pela belíssima retrospectiva de um passado não tão distante, mas que aos poucos vai sendo esquecido, infelizmente, bom domingo a todos.