Enquanto, para muitos, o passado da educação pode ser definido por quadro negro, giz, papéis e recursos analógicos, o futuro do setor pode ser cada vez mais digital. Apesar de limitações, sobretudo na esfera pública, cada vez mais, o Brasil e o mundo atravessam uma era em que o acesso à educação, a materiais de aprendizagem e recursos pedagógicos estarão disponíveis em qualquer lugar, a qualquer hora.
Exemplo disso, o Brasil já conta com mais de 566 edtechs – startups que desenvolvem soluções para a área educacional – ativas, conforme levantamento realizado pelo CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira) e pela Abstartup (Associação Brasileira de Startups do Brasil). Trata-se de uma alta de 26% em relação a 2019.
Além disso, as tecnologias de AI (Inteligência Artificial) e AR (Realidade Aumentada) têm sido usadas para tornar a experiência de aprendizagem mais interativa e envolvente. É o que afirma Peter Seiffert, fundador e CEO da Valetec. Para ele, os avanços tecnológicos, particularmente nessas áreas, terão um impacto significativo no futuro da educação.
“As edtechs vêm estabelecendo o padrão de inovação nesses campos. A Inteligência Artificial e a Realidade Aumentada, especificamente, podem ser utilizadas para fornecer experiências de aprendizado mais envolventes e individualizadas, bem como feedback e avaliação em tempo real”, comenta
O empresário também destaca que os chatbots com Inteligência Artificial podem ser usados para dar assistência imediata aos alunos que estão tendo dificuldades com uma ideia ou tarefa específica. A Realidade Aumentada, por sua vez, pode ser usada para criar ambientes de aprendizagem imersivos onde os estudantes podem explorar mundos virtuais e interagir com itens digitais de maneiras que antes eram impossíveis.
“Outra área em que as edtechs estão tendo um efeito significativo é o uso da análise de big data para adaptar as experiências de aprendizado dos alunos”, explica Seiffert.
Ainda segundo o CEO da Valetec, os algoritmos de IA podem identificar áreas em que os alunos precisam de suporte extra e fornecer materiais e atividades de aprendizado podendo ajudá-los a conseguir isso, avaliando dados sobre desempenho, envolvimento e interesses dos estudantes. “As edtechs estão na vanguarda da inovação educacional e a IA e a RA devem desempenhar um papel significativo em influenciar o futuro da educação”, articula.
CVC impulsiona o setor de educação
De acordo com Seiffert, os fundos estão mudando a educação de forma significativa, com uma série de investimentos em edtechs e parcerias com escolas conhecidas e confiáveis que vêm acontecendo nos últimos anos. “Um bom exemplo de fundo de corporate venture capital brasileiro é o Ânima, que criou um um fundo de R$150 milhões para aporte em startups”, cita.
“Os principais fundos de VCs voltados para Edtechs são: Learn Capital, Reach Capital, Owl Capital, NewSchools Venture Fund e Chan Zuckerberg Initiative, entre outros”, cita.
Para o empresário, o setor financeiro está transformando a educação, principalmente com investimentos substanciais em edtechs e colaborações com escolas renomadas: “Essas iniciativas visam aumentar a qualidade da educação e torná-la mais acessível a estudantes de todo o mundo, assim como o caso do Ânima Ventures”.
Seiffert também chama a atenção para o fato de que fundos de venture capital , bem como organizações tradicionais de educação, como faculdades e fundações, estão investindo em edtechs.
“Esses aportes contribuem para a inovação educacional ao financiar o desenvolvimento de novas tecnologias e plataformas que podem melhorar a experiência de aprendizagem”, pontua. “Além disso, as parcerias entre edtechs e escolas tradicionais estão ajudando a garantir que as novas tecnologias sejam incorporadas com êxito aos sistemas educacionais atuais e atendam às demandas de alunos e instrutores”, acrescenta.
Para resumir, o CEO da Valetec ressalta que, embora os investimentos e financiamentos venham transformando a educação de forma significativa, é fundamental saber que existem perigos relacionados a esses investimentos e que nem todos os negócios e colaborações de startups de tecnologia e educação serão bem-sucedidos.
Como os fundos de corporate venture capital podem ajudar a educação?
Seiffert observa que muitas empresas do setor educacional estão criando programas ou fundos de corporate venture capital para investir em startups inovadoras e novas tecnologias, com o objetivo principal alavancar inovações de produtos, serviços, novos modelos de negócios e até negócios em suas operações , além de retorno financeiro. Essas iniciativas visam apoiar estas empresas a se manterem competitivas em um mercado educacional em rápida evolução, acompanhando os últimos avanços e tendências tecnológicas.
Além disso, os fundos podem fornecer às startups acesso a recursos, expertise e orientação que podem ajudá-las a escalar e ter sucesso no mercado: “Alguns exemplos de empreendimentos corporativos incluem o fundo Reach Capital, apoiado pela Iniciativa Chan Zuckerberg, e o fundo Learn Capital, apoiado pelo cofundador do LinkedIn, Reid Hoffman”.
O empresário destaca que o Ânima Ventures é um fundo de CVC focado em investir no ecossistema educacional, com enfoque nas oportunidades brasileiras. O fundo visa incrementar a educação moderna, investindo em ferramentas, plataformas, técnicas e tecnologia de ponta para tornar a educação mais proveitosa e acessível aos alunos da Ânima Educação – e buscando tangibilizar os alunos fora do ecossistema Ânima, também.
“O fundo aspira mudar a educação e ajudar as pessoas a atingirem todo o potencial latente, investindo em startups que usam a tecnologia para aprimorar as experiências de aprendizado”, afirma Seiffert.
Aliás, um dos principais objetivos do fundo é permitir um acesso mais amplo à educação, investindo em startups que desenvolvem tecnologias e plataformas inovadoras para a entrega de educação remota e imersiva, acrescenta. “Os investimentos devem ajudar a preencher a lacuna digital e tornar a educação mais acessível a todos”, conclui Seiffert.
Para mais informações, basta acessar: https://www.valetec.com.br/