Geração de energia solar pode movimentar R$ 2,2 tri até 2050

Estudo recente realizado pelo Portal Solar estimou a movimentação financeira gerada pelo mercado nacional de energia solar até 2050. Cruzando dados oficiais e projeções de entidades setoriais, órgãos de governo e institutos internacionais, a franqueadora de projetos fotovoltaicos estima que a demanda por energia fotovoltaica no Brasil irá movimentar cerca de R$ 2,2 trilhões até o ano de 2050.

Essa demanda extra seria gerada, principalmente, pela eletrificação da frota de veículos e pela produção de hidrogênio verde, atividades que dependem também do investimento em energia fotovoltaica. Calcula-se que será necessária a adição de 540 GW em sistemas fotovoltaicos nas próximas três décadas, para atender aos esforços de descarbonização da economia.

Ainda segundo o estudo, a eletrificação da frota de veículos criaria uma demanda adicional de 403 terawatts-hora por ano, valor que é quase a capacidade total do atual Sistema Interligado Nacional de geração de energia elétrica. Para comparação, seriam necessárias cinco novas hidrelétricas de Itaipu, se esta quantidade de energia não fosse gerada aproveitando a capacidade fotovoltaica do país.

“A eletrificação dos transportes é um passo fundamental em direção a um futuro mais sustentável, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa e promovendo a transição para fontes de energia limpa”, diz Rosane Roverelli, General Manager da Advantech Brasil Ltda, empresa especializada em automação industrial. “A integração de veículos elétricos à rede de energia abre portas para uma maior utilização de fontes renováveis, como a energia solar, para abastecer essa demanda crescente.”

O mais recente Boletim Mensal de Energia, feito pelo Ministério de Minas e Energia, destacou o crescimento do uso de energia solar no Brasil. O relatório, com dados acumulados até maio deste ano, apontou um crescimento de 69% na geração de energia solar centralizada, em relação ao mesmo período do ano anterior.

Tendência de crescimento

Roverelli acredita que essa tendência de crescimento irá se manter. “O Brasil possui um imenso potencial para a geração de energia solar, com abundância de recursos naturais. Além disso, a conscientização sobre a importância da sustentabilidade e a necessidade de reduzir a pegada de carbono estão crescendo rapidamente em todo o mundo”, justifica. Ela ainda acrescenta que as tecnologias de armazenamento de energia estão em constante evolução, o que faz da geração de energia verde uma escolha cada vez mais atrativa e acessível.

No Boletim de Energia de maio, os dados acumulados já permitiram identificar uma “oferta interna de energia mais renovável em 2023”. A geração de energia renovável passou de 47,4% em 2022 para 49,2% em 2023 do total de energia gerada no país. Enquanto a oferta de energia a partir da queima de petróleo diminui de 35,7% para 34,8%, a de energia solar cresceu de 1,2% para 1,7%. Esses números, ao mesmo tempo que já mostram tendência de crescimento, também indicam espaço para mais expansão.

“Temos um grande potencial solar, vastas áreas de terra disponíveis e expertise em energia renovável. Além disso, o governo brasileiro tem demonstrado interesse em promover a energia renovável e a eletrificação dos transportes”, lembra Roverelli. Ela alerta, porém, que para aproveitar completamente todo esse potencial, é preciso manter o ritmo de investimentos em infraestrutura, reforma tributária e pesquisa em tecnologia. 

“É um esforço compensador a longo prazo: é uma mudança de paradigma que beneficia não apenas o meio ambiente, mas também a economia e a sociedade como um todo, rumo a um futuro sustentável”, finaliza Roverelli.

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