A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) realizaram na segunda-feira (20), o lançamento oficial do Inventário de Gases de Efeito Estufa do Estado da Bahia. O evento reuniu representantes do poder público, setor de empresas e indústrias, universidades e sociedade civil, com o objetivo de apresentar o perfil completo de emissões de GEE do estado nos anos de 2017 a 2019, tendo como base dados dos setores de energia, agropecuária, floresta e outros usos da terra, processos industriais, dentre outros. [Acesse o Documento]
O inventário integra as medidas adotadas pela Sema e o Inema, em parceria com a organização ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, o Ministério Público da Bahia e a associação Tabôa, para implementação da Política sobre Mudanças Climáticas do Estado da Bahia (Lei Estadual 12.050/2011), instrumento essencial para fortalecer as estratégias de redução nas emissões e dos efeitos das mudanças climáticas.
Na abertura do evento, a secretária do Meio Ambiente, Márcia Telles, agradeceu a todos os parceiros envolvidos e ressaltou a importância do documento para nortear a gestão pública, o setor produtivo e principalmente alertar para as consequências do atual modelo de consumo da sociedade. “Chegamos a mais de sete bilhões de pessoas no planeta, que precisam de alimento e de bens de consumo. Em uma análise bem ampla, quase 90% do que a humanidade utiliza vem da natureza. Precisamos refletir, como sociedade, se nosso modelo de consumo e de vida está alinhada a um futuro sustentável e quando constatamos que a população ainda tem dificuldade de praticar pequenas ações, torna-se imprescindível uma mudança imediata de comportamento”, enfatizou.
A secretária completou: “O inventário é extremamente importante para definir quais as prioridades das nossas políticas públicas, pois estamos falando de atividades essenciais, como a produção de alimentos, geração de energia e transporte. Os setores agropecuária e de energia são mais impactantes nas emissões de GEE, por conta da necessidade recorrente de supressão de vegetação, por isso faz-se necessário investir em agricultura de baixo carbono e no uso de áreas que já estejam degradadas sem a necessidade de novas supressões. É preciso estabelecer metas, por exemplo, para o reúso e a reciclagem, diminuindo a necessidade de utilização dos recursos naturais, racionalizando o consumo para alcançarmos o tão propagado desenvolvimento sustentável”, pontuou.
Em seu pronunciamento, o secretário de Infraestrutura da Bahia, Marcus Cavalcanti, parabenizou a gestão ambiental do Estado pelo trabalho desenvolvido. “Estamos vivenciando aqui mais um momento de entrega de ações significativas para o desenvolvimento de uma economia sustentável na Bahia. O Governo investe em práticas sustentáveis e tecnologias para a mudança da matriz enérgica do estado, com a substituição do uso de combustíveis fósseis por energias renováveis. Temos como exemplo a compra, pelo Governo, de 20 ônibus totalmente elétricos que darão início à renovação da frota do transporte metropolitano. São ações que demonstram a efetivação das políticas para o setor. A Bahia hoje é líder, no país, em geração de energia eólica e solar e temos também o mais moderno plano de economia sobre hidrogênio verde do Brasil, muito pela liderança e competência da Secretária Márcia Telles e de sua equipe”, destacou.
Todas as etapas do Inventário de GEE da Bahia foram discutidas e validadas em quatro Câmaras Temáticas criadas no Fórum Baiano de Mudanças Climáticas Globais e de Biodiversidade (FBMC), órgão colegiado criado em 2005 para discussões dessa temática. Representantes do FBMC e equipe da SEMA/INEMA foram capacitadas para coleta de dados e elaboração do inventário.
Para a diretora-geral do Inema, Daniella Fernandes, o inventário representa um avanço na política ambiental do estado e atende aos critérios e anseios sociais que se apresentam diante da situação climática mundial. “Como administradora aprendi uma regra de ouro durante a formação acadêmica, não se gerencia o que não se conhece. Só com a elaboração deste inventário foi possível identificar com detalhes o perfil de emissões de GEE no âmbito estadual. São informações essenciais para a implementação de políticas transversais, norteando a gestão pública para que todos os esforços sejam convergidos em ações efetivas para o alcance das metas pactuadas no Acordo de Paris, que visa a neutralidade do carbono até 2050”, reforçou.
O secretário executivo da organização ICLEI América do Sul, Rodrigo Perpétuo, enalteceu a iniciativa da Bahia, que se coloca na vanguarda na proposição de políticas relacionadas às mudanças climáticas. “Com a elaboração do inventário, o Governo da Bahia demonstra o compromisso, o respeito e o zelo pela ciência. Um exemplo para a mudança cultural das instituições governamentais e empresariais. Este é um documento que deve ser revisado e atualizado periodicamente, bem como ser internalizado por cada secretaria servindo como base para os processos de formulação e execução das políticas públicas, numa perspectiva de aumento de ambição climática com a redução de emissões em todos os setores”.
O evento adotou a postura de ser CO2 Free, ou seja, a estimativa de gases de efeito estufa emitidos durante o evento será neutralizada. A ação foi possível por meio da parceria com a Novo Olhar Sustentabilidade, que calculou o volume de Gases de Efeito Estufa (GEE) emitido para realização do evento. Para neutralização desta emissão é necessário o plantio de 14 árvores e, com o apoio da Bracell, a Sema e o Inema realizarão o plantio, no Parque Metropolitano de Pituaçu, de 200 árvores de espécies nativas de Mata Atlântica, compensando o total de emissões do evento e garantindo ainda um Crédito de Carbono de 26,6 toneladas de CO2e.
Resultados
O superintendente de Políticas e Planejamento Ambiental da Sema, Tiago Porto, apresentou os principais resultados do inventário, um retrato das emissões dos vários setores econômicos da Bahia dos anos 2017 a 2019. “As maiores concentrações de emissões foram registradas nos setores de mudança do uso da terra, responsável por 32% das emissões, e o setor da agropecuária, com 31%. Em seguida temos os setores de energia (28%) e resíduos (7%), e por último o setor da indústria (2%). Para o de resíduos, foi realizado um trabalho minucioso, devido à escassez de dados provenientes das prefeituras e plataformas nacionais. Utilizamos as melhores fontes de dados disponíveis para cada atividade econômica com expressão espacial e numérica relevante para o estado. Em comparação com iniciativas nacionais, o Inventário da Bahia é mais acurado por agregar fontes de dados locais. Realizar esse estudo foi importante também para trazer a pauta das mudanças climáticas para conjunto de prioridades nas ações de governo e na sociedade. Serão necessárias muitas pactuação entre todos os setores, governamentais, empresariais e sociais, para estabelecimento de metas de redução das emissões de GEE no estado”, explicou.
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