Do g1 com informações da Tv Oeste | Barreiras (BA)
Um homem de Bom Jesus da Lapa, dado como morto há 15 anos, tenta comprovar junto a Justiça há 13 anos que está vivo. Ele teve seus documentos roubados em Minas Gerais em 2003.
“Eu saí para uma festa com uns amigos e um rapaz roubou minha bolsa com meus documentos. Fui na delegacia, mas o rapaz que me atendeu lá disse que não poderia fazer nada e ficou por isso”
A família de Alailson Santos Lima recebeu a notícia de que ele teria sido atropelado e morto ainda em 2003. Na ocasião, a funerária procurou os parentes para mandar o corpo para Bom Jesus da Lapa. A tia de Alailson, Cecília Lima de Matos, foi quem recebeu a ligação.
“Um rapaz me ligou e me pediu R$ 2 mil para enterrar o corpo dele. Eu disse que não tinha R$1 e que era para ele enterrar lá mesmo. Depois, o rapaz me ligou dizendo que estava trazendo o corpo, recebi e fiz tudo como nos conformes”, relatou Cecília.
Quando o suposto corpo de Alailson chegou em Bom Jesus Lapa, a família dele organizou tudo para o funeral. Como eles não pediram para abrir o caixão, enterraram o corpo que seria de Alailson.
Em 2015, ele reapareceu na cidade, mas a família não fazia ideia de quem eles enterraram. Muitas pessoas acharam que estavam vendo uma assombração.
O problema é que, além do susto, agora, o trabalhador rural não consegue provar que está vivo. Ele está com uma certidão de nascimento onde está escrito que ele morreu. Essa luta para ter nova documentação já dura 13 anos.
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) disse que já tomou as medidas necessárias para resolver o caso do Alailson, e que agora aguarda a Justiça.
Enquanto espera uma solução, Alailson está recebendo apoio do Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas) de Bom Jesus da Lapa.
Sem documentos, Alailson não consegue trabalhar e depende da família pra se manter. “Por conta desse atestado de óbito que ele tem, ele não consegue emprego em lugar nenhum. Todas as vezes que ele vai em um determinado lugar, as portas se fecham porque ele é dado como morto”, lamenta Marileide Silva, prima de Alailson.