Folhapress | Brasília
Uma imagem em que o pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) ensina uma criança a fazer com a mão o gesto de uma arma empunhada gerou polêmica nas redes sociais, inclusive entre presidenciáveis.
Durante evento em Goiânia na quinta-feira (19), o presidenciável segurou no colo uma menina, aparentando de 3 a 4 anos, e a ensinou a simular uma arma com as mãos. Ele colocou o polegar dela em riste e esticou o indicador para a frente, fazendo um “L” entre os dois dedos.
“O inominável fez, na mão de um ser ainda tão indefeso, o gesto de uma arma. O BR q eu sonho viver é aquele em q nenhuma criança seja submetida a violências. Em que educação forme brasileirinhos p/ a paz. A imagem é tão violenta q o sorriso do inominável deve ser apenas um deboche”, escreveu Manuela D’Ávila, presidenciável do PC do B.
O ato também foi criticado por Marina Silva (Rede) e Guilherme Boulos (PSOL).
“Como mãe e professora, fiquei estarrecida ao ver um candidato ensinar uma criança a fazer gesto de revólver com as mãos. As mãos de uma criança devem ser treinadas para pegar em lápis e caderno, e jamais em armas”, publicou a ex-senadora.
Já Boulos, afirmou que a foto provocou nojo. “Eu como pai sinto nojo e lamento uma pessoa dessa estar solta por aí destilando ódio. Bolsonaro não é um adversário eleitoral, é adversário do Brasil.”
A reportagem tentou contato com a assessoria de Bolsonaro e com o próprio parlamentar, mas não obteve resposta.
Aliado do presidenciável e um dos parlamentares que o acompanhava na agenda em Goiânia, o delegado Waldir (PSL-GO) disse que a cena “não tem nada de mais”.
“O Bolsonaro não estava ensinando nenhuma ideologia de gênero não”, disse, justificando que o gesto foi feito, segundo ele, a pedido dos próprios pais da menina.
O deputado disse que trata-se de um símbolo que é marca sua e de seus eleitores e afirma que ele fez ato semelhante ao votar contra a ex-presidente Dilma Rousseff e contra o presidente Michel Temer.
“Crianças de três, quatro, cinco anos são treinadas nos Estados Unidos [a usar armas]. Isso é uma forma de disciplina naquele país, que é de primeiro mundo”, disse. “É uma marca de coragem, de atitude.”