Um grupo de jovens reunidos no subúrbio ferroviário de Salvador na última terça-feira (18), contra o Genocídio, o Encarceramento em Massa e o Extermínio da Juventude Negra, relizaram a II Marcha Incomode. Segundo a organização mais de 300 pessoas caminharam até o Parque São Bartolomeu, no bairro de Plataforma na capital da Bahia.
A segunda edição da caminhada marca o Dia Municipal de Luta Contra o Encarceramento da Juventude Negra, lembrado nesta quinta-feira 20 de junho. O ato tem como objetivo lembrar ainda de outras importantes lutas, como aquelas contra o feminicídio e o genocídio. Organizador da ação, o Coletivo Incomode é articulação política composta por grupos, movimentos e organizações sociais que atuam no Subúrbio Ferroviário de Salvador.
“Essa caminhada é uma ação em busca de um protagonismo da juventude negra, que agrega famílias, grupos, organizações, para combater o terrorismo do estado. É como a gente chama todas as ações que afetam a comunidade, por exemplo, na falta de saúde, de educação. É preciso dar voz a esses jovens”,
declara Eduardo Machado, educador do do Projeto Juventude Negra e Participação Política, onde nasceu o Coletivo Incomode. O projeto educativo é realizado pela Cipó, instituição que completa 20 anos em 2019.
Incomode
Criado em 2017, o coletivo busca qualificar jovens para a luta contra o racismo. Integram o Incomode grupos do Movimento Hip Hop de Salvador, grêmios, coletivos artísticos e culturais, além de organizações dos movimentos social e negro do Subúrbio Ferroviário.
“A proposta de toda essa mobilização é dar visibilidade à juventude negra, trazendo o seu protagonismo na luta contra o feminicídio, genocídio, hiperencarceramento, intolerância religiosa e todas as formas de preconceito”, explica Nadjane dos Santos, jovem integrante da articulação.
“Ocupamos o espaço da rua como símbolo de luta. Além de denunciar, queremos anunciar que existe uma juventude organizada, aquilombada, que está fazendo o enfrentamento à violência de forma qualificada”, finaliza Eduardo.