A colunista Mônica Bergamo do jornal Folha de S. Paulo, divulgou em sua coluna hoje (29) um diálogo entre o procurador do Ministério Público (MPF), Deltan Dallagnol e os colegas da Lava Jato em que ele queria acelerar ações contra o então candidato eleito ao Senado pela Bahia Jaques Wagner.
Segundo mensagens, Deltan afirmou que valeria fazer busca e apreensão sobre o petista “por questão simbólica”. Em uma das conversas, o chefe da Lava Jato pergunta: “Caros, Jaques Wagner evoluiu? É agora ou nunca… Temos alguma chance?”.
Um procurador identificado como Athayde (provavelmente Athayde Ribeiro Costa) responde: “As primeiras quebras em face dele não foram deferidas”. Mas novos fatos surgiram e eles iriam “pedir reconsideração”.
“Isso é urgentíssimo. Tipo agora ou nunca kkkkk”, escreve Deltan. Athayde diz que “isso não impactará o foro”. Deltan responde: “Não impactará, mas só podemos fazer BAs [operações de busca e apreensão] nele antes [da posse]”.
Logo, uma procuradora pondera que Wagner já tinha sido alvo de um mandado de busca e apreensão : “Nem sei se vale outra”. Deltan responde: “Acho que se tivermos coisa pra denúncia, vale outra BA até, por questão simbólica”. E completa: “Mas temos que ter um caso forte”. Athayde informa que seria “mais fácil” Wagner aparecer “forte” em outro caso, e Deltan finaliza: “Isso seria bom demais”.
Em nota enviada à coluna, a Lava Jato informou que “o material não permite constatar o contexto e a veracidade do conteúdo”.