No início da noite daquele 21 de junho de 2019, o jovem Felipe, depois de divertir-se com amigos às margens do rio Preto, já de volta pra casa, bateu violentamente contra o ‘morão’ da ponte de madeira sobre o rio e morreu.
Uma semana depois, no final da tarde de sábado (29), Gabriel Alves da Silva, de 22 anos, atravessava a BR-135 a bordo de uma moto e foi apanhado por uma carreta e também morreu. No dia 16 de julho, um carro de passeio diminuiu bruscamente a velocidade na BR-135 para acessar um povoado e foi atingido na traseira, deixando a passageira morta. O impacto foi tão forte que ela foi arremessada para fora do veículo.
Em 06 de julho, às 23h50 de um sábado, em um cruzamento no centro da cidade, um carro colidiu em uma moto e deixou o motociclista com a perna quebrada. Em média, ele passará seis meses até se recuperar.
Na noite deste domingo (28) mais uma vida foi ceifada, quando um homem de 40 anos foi atingido por um carro na BR-135.
Cenas como essas têm sido repetidas em Formosa do Rio Preto com média de 3 acidentes por dia. Em dez meses, numa compilação de dados do Portal do Cerrado, foram registrados 553 acidentes registrados no município. Segundo uma pesquisa da Universidade Federal do Paraná, em parceria com o ONSV (Observatório Nacional de Segurança Viária), as cidades brasileiras de pequeno porte (com até 100 mil habitantes) concentram praticamente a metade das vítimas de trânsito no país (49%).
‘A monetização dos custos de acidentes, sobretudo de vítimas fatais, é complexa e criticada por alguns autores que argumentam questões de incompatibilidade ética acerca de valoração de vidas, em parte pela dificuldade de mensurar a dor e o sofrimento. Perder um parente repentinamente nunca será fácil.’
Os custos sociais decorrentes de acidentes de trânsito são elevados e impactam diretamente na economia do município. Se por um lado eleva os custos da saúde, por outro impacta diretamente a vida do acidentado, deixando-o impossibilitado para o trabalho e elevando custo para a família.
Basta observar a quantidade de pessoas que são atendidas por ortopedistas no hospital de Formosa do Rio Preto. A título de exemplo de custos, um acidentado que tenha a bacia fraturada e até o seu pronto restabelecimento, tem custo médio em vinte mil Reais. Sem contar que neste período a vítima para de produzir.
A 86ª Companhia Independente de Polícia Militar em Formosa do Rio Preto tem agido com rigidez com blitz e apreensão de veículos, por outro lado, alguns vereadores que ignoram a vida do cidadão, parte para cima da corporação militar em busca de liberação do veículos, sem se importar com as causas e efeitos que motoristas, nem sempre habilitados causam na vida.
Ao contrário do legislativo, o executivo municipal tem dado total liberdade ao trabalho da Polícia Militar sem interferência, tão típica em outros momentos.
Além disso, há veículos sem condições de trafegabilidade com pneus sem condições ou a falta do uso do capacete, como também motos que transportam mais de duas pessoas. O que mais se observa nas ruas de Formosa do Rio Preto é a ultrapassagem pela direita em flagrante desrespeito à lei de trânsito ou trafegar em baixa velocidade em uma pista de alta velocidade como a BR-135, que corta o município e serve de acesso para muitos povoados.
É necessário que pensemos nas nossas responsabilidades como condutores. Necessário preparar para guiar um veículo de duas ou quatro rodas com no mínimo conhecimento das Leis de Trânsito. Temos que pensar em trânsito saudável que seja favorável à vida e não a morte.
Vidas importam! Não podemos mais ignorar tantas perdas.