Matéria da Agência Pública de jornalismo investigativo mostra conflito entre geraizeiros e megafazenda em Formosa do Rio Preto

Por Rafael Oliveira

.

Deitado em uma rede presa a um pedaço de madeira, Fernando Ferreira Lima é carregado às pressas. Baleado na perna por agentes da empresa de segurança Estrela Guia, contratada pelo Condomínio Agronegócio Fazenda Estrondo, o agricultor lidava com seu gado quando foi abordado e ameaçado pelos agentes.

registro em vídeo não mostra toda a situação. Mas Fernando foi resgatado dentro de um rio por outros geraizeiros como ele, nome dado às comunidades tradicionais da zona rural de Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia – os “gerais” do Alto Rio Preto do Cerrado é habitado há séculos por descendentes de indígenas, quilombolas e sobreviventes da Guerra de Canudos (1896-1897).

Além da pecuária extensiva, atividade que vem sendo prejudicada pelas ações da Estrondo – que é formada por 22 empresas que atuam na produção de soja, milho e algodão, além de pecuária de corte — os moradores locais também vivem da colheita de frutos típicos do Cerrado, como o pequi, o buriti e o capim-dourado.

O tiro disparado contra o trabalhador rural há quase dois meses é o mais recente episódio de uma série de conflitos entre as cerca de 120 famílias distribuídas entre cinco comunidades do Alto Rio Preto e a empresa de segurança contratada pela fazenda Estrondo, acusada de grilagem e expulsão das famílias de suas terras tradicionais, cercando a área com guaritas e seguranças armados.

Além do tiro que atingiu Fernando, outro morador da região foi baleado no final de janeiro, e geraizeiros já foram presos por seguranças da Estrela Guia, amparados pela polícia local, ao circular em suas áreas tradicionais cercadas pela megafazenda.

O conflito entre a Estrondo e as comunidades levou uma comitiva da missão do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) ao local entre o final do mês passado e início deste, onde a comitiva confirmou algumas denúncias feitas pelos geraizeiros e se reuniu com autoridades locais para cobrar medidas efetivas para resolução do problema.

Veja matéria completa no link abaixo

Comentários (0)
Adicionar Comentário