Sarah Raissa Pereira de Castro Crédito: Reprodução via Correio 24 horas
O desafio do desodorante pode ter causado a morte de Sarah Raissa Pereira de Castro, de apenas 8 anos, no último domingo (13), em Ceilândia, no Distrito Federal. A menina foi encontrada desacordada pelo avô, com os lábios e dedos arroxeados, ao lado de um frasco de desodorante encharcado e de um celular.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que já abriu inquérito para apurar as circunstâncias da tragédia. Em outras palavras, a polícia quer entender como Sarah teve acesso ao conteúdo e, principalmente, quem publicou o vídeo nas redes sociais.
Em primeiro lugar, é importante destacar que Sarah foi levada às pressas ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Durante o trajeto, a equipe do Samu tentou reanimá-la, mas, infelizmente, a criança teve morte cerebral confirmada pouco depois de dar entrada na unidade.
O delegado Ataliba Neto, responsável pelo caso, afirmou que a prioridade da investigação é analisar o conteúdo do celular de Sarah. O aparelho pode trazer pistas sobre o que ela assistiu momentos antes de passar mal.
Além disso, os médicos do HRC levantaram a hipótese de ligação com o desafio do desodorante. Eles relataram à família que os sintomas são compatíveis com inalação de aerossol.
Esse tipo de “desafio” viral, comum em redes como TikTok e YouTube Shorts, incentiva crianças e adolescentes a inalar desodorantes aerossóis com alto teor de etanol.
Consequentemente, a prática pode causar intoxicação grave, afetar os pulmões, prejudicar a oxigenação do cérebro e levar à parada respiratória.
De acordo com o toxicologista Anthony Wong, do Centro de Assistência Toxicológica da USP (Ceatox), as partículas presentes no aerossol penetram rapidamente nos brônquios. Portanto, até pequenas quantidades podem ser fatais.
Os familiares ainda tentam entender o que aconteceu. Eles não sabiam que Sarah participava de qualquer tipo de desafio online. Por isso, aguardam o resultado dos exames e do laudo médico para esclarecer os fatos.
Enquanto isso, a polícia tenta identificar o responsável por divulgar o vídeo com o conteúdo perigoso. Afinal, o caso levanta novamente o debate sobre os riscos que crianças enfrentam na internet.
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