Da Tribuna da Bahia
Depois de um 2022 particularmente próspero para a agropecuária baiana, com uma safra recorde de 11,4 milhões de toneladas, a primeira prévia do ano aponta para uma queda de 3,3% na produção, conforme o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado a semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A projeção é de que o estado termine o ano colhendo 10,9 milhões de toneladas dos produtos acompanhados pelo órgão, que incluem cereais, leguminosas, oleaginosas e frutas. Apesar do indicador negativo, a Bahia segue como a sétima maior produtora do Brasil.
O resultado é um contraponto com a estimativa nacional traçada pelo IBGE, que é de alta de 14,7% na produção de 2023, totalizando 302 milhões de toneladas. No grupo dos grãos, apenas a segunda safra do amendoim deve ter alta discreta na Bahia (0,4%), com 2.486 toneladas. Os maiores incrementos nas produções do Estado podem vir da mandioca (+9,6%) e da uva (+7,8%). Enquanto isso, as maiores porcentagens de retração foram observadas na safra do café arábica (-30%) e na segunda colheita do milho (-19,9%).
Reinando absoluta na agricultura baiana com 7 milhões de toneladas estimadas e responsável por 53% das exportações do setor, a soja também apresentou redução, estimada em 2,4% (177 mil toneladas a menos frente a 2022). Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a colheita do grão ainda está em ritmo lento, com apenas 8,9% de área contra 16% de área colhida no ano passado. Os principais produtores de soja enfrentam ainda condições climáticas adversas, que deixam o processo tardio. Além da colheita total, também está prevista queda no rendimento da soja, passando de 3.972 kg/hectare para 3.875 kg/hectare. Cai também a produtividade do milho 2ª safra, recuando de 2.500 kg/hectare para 2.003 kg/ hectare.
Destaques
Por aqui, destacam-se na colheita da soja e do milho os municípios de Formosa do Rio Preto e São Desidério, com o maior Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio e também lidera a produção de algodão.
Vale dizer que a Bahia deve terminar sua semeadura do algodão ainda neste mês de fevereiro (até a última quinta, 2, o plantio já estava em 97%) e as lavouras se encontram em boas condições de desenvolvimento, que podem ajudar a alavancar os números da colheita, atualmente com redução prevista de 1,1% conforme os dados do LSPA.