Morreu, neste sábado (8), no Rio de Janeiro, a atriz soteropolitana Chica Xavier. Ela tinha 88 anos de idade e marcou presença no cinema, no teatro e na televisão brasileira como uma das primeiras atrizes negras a desempenhar papéis marcantes. Chica Xavier morreu em decorrência de um câncer de pulmão, descoberto já em estágio avançado. As informações foram divulgadas em nota, pela assessoria da Rede Globo.
Nascida Francisca Xavier Queiroz de Jesus em Salvador, a atriz estava internada no Hospital Vitória na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro onde deu entrada na última quarta-feira (5) com um quadro de desconforto respiratório contínuo .
“Uma precursora, símbolo de gerações de atrizes e atores negros, de representatividade, que trazia em cada cena ou fala traços latentes de baianidade. Nunca negou a origem. Um sorriso inconfundível, que bastava ser visto uma vez para não mais esquecer”, disse a emissora.
Chica começou a trabalhar aos 14 anos, na Imprensa Oficial do Estado da Bahia, como aprendiz de encadernadora. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1953, aos 21 anos. Foi casada por 64 anos com o também ator Clementino Kelé. Em 1956 encenaram a primeira peça de suas carreiras, Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes.
No cinema, estreou em 1962, no filme Assalto ao Trem Pagador, dirigido por Roberto Farias.
Participou de inúmeras novelas na TV Globo. A primeira delas foi Os Ossos do Barão, quando interpretou a personagem Rosa, em 1973.
Desde então, foram mais de 50 personagens só na televisão, como a Bá, de Sinhá Moça; Inácia, de Renascer, e a mãe-de-santo Magé Bassã, da minissérie Tenda dos Milagres.
Esteve presente em outras novelas, como Pátria Minha, Cara & Coroa, Rei do Gado, Força de um Desejo. O trabalho mais recente na emissora foi na novela Cheias de Charme, em 2012.
Em 2010, recebeu o Troféu Palmares concedido pelo extinto Ministério da Cultura, pelo trabalho de preservação e incentivo à cultura afro-brasileira.