O artista plástico baiano Jayme Figura morreu na tarde deste domingo (26) na capital da Bahia. Jayme era uma figura emblemática, ícone da arte performática das ruas de Salvador. Quem visitou as ruelas do Pelourinho, certamente já o encontrou com suas armaduras.
Nascido na cidade de Cruz das Almas, Jayme foi morar em Salvador aos cinco anos com a família. Desde criança, ele criava brinquedos com latas e madeira. Jayme dizia ser autodidata e ter sido “salvo” pelo desenho. Em 2013, disse em entrevista ao g1 que foi o desenho quem o salvou e lhe deu vida.
LEIA MAIS: Portal do Cerrado
Conforme o também artista plástico Leonel Mattos, Jayme morreu às 13h após passar mal na madrugada de domingo. Há três dias, ele foi a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com dores de cabeça. Ele foi liberado, após os exames. A esposa, no entanto, notou que ele estava cambaleando.
Nos últimos quatro meses, Jayme estava trabalhando no ateliê de Leonel Mattos. Ele recebeu a encomenda de uma galeria com sedes em São Paulo e Nova York para a criação de 50 quadros para uma exposição.
“Ele estava muito feliz, vendendo suas obras. Estava trabalhando bem, porque a gente se divertia muito, eu sou brincalhão e a gente sempre brincava trabalhando”, recordou o amigo.
O Correio da Bahia, em matéria neste domingo, disse que o personagem ganhou as ruas de Salvador em 1992, quando o plano Collor desestruturou a vida do então desenhista publicitário que se identificava com o movimento punk. “Eu ganhava 15 salários, minha esposa estava grávida do segundo filho. Tinha carro, três cadernetas de poupança, uísque embaixo do braço”, lembrou na época.
Como usava armaduras para andar nas ruas de Salvador, chegou a ser considerado como louco, contudo, em entrevista ao Correio em 2017, ele revelou que começou a usá-la para se proteger, “porque jogavam pedra em mim. Mas nunca fui louco. É uma forma de mostrar minha revolta”, disse.
Com informações do Correio e g1