A área com vegetação íntegra do bioma já foi reduzida a cerca de 20% de sua cobertura original e mais da metade de seu território já está degradado. Seguida essa trajetória, a destruição do Cerrado acarretará uma extinção massiva de espécies, segundo artigo publicado na Nature. Com cerca de 10 mil espécies de plantas, das quais 44% endêmicas, além de uma diversa fauna, incluindo espécies como o Lobo-Guará, o Tamanduá-Bandeira e a Onça-Pintada, o Cerrado concentra 30% da biodiversidade brasileira. Além disso, as emissões anuais de gases causadores do efeito estufa, por queimadas e desmatamento, equivalem a mais de 40 milhões de carros.
O atual nível de destruição compromete as águas que nascem no Cerrado e alimentam seis das oito grandes bacias hidrográficas brasileiras: Amazônica, do Araguaia/Tocantins, do Atlântico Norte/Nordeste, do São Francisco, do Atlântico Leste e do Paraná/Paraguai, incluindo as águas que escoam para o Pantanal. O Cerrado também contribui para gerar 90% das águas do rio São Francisco. Quando se desmata o Cerrado, comprometem-se a recarga de três grandes aquíferos brasileiros (Bambuí, Urucuia e Guarani), os recursos hídricos que são fonte de água das 25 milhões de pessoas que vivem no bioma e nove em cada dez brasileiros que consomem eletricidade produzida com águas do Cerrado.
Cerrado
O Cerrado abriga “200 espécies de mamíferos, 800 espécies de ave, 180 de répteis, 150 de anfíbios e 1200 espécies de peixes, que nadam pelas três maiores bacias hidrográficas do continente”, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o ICMBio.
Este é o segundo maior bioma da América do Sul, mas tem a menor porcentagem de áreas sobre proteção integral. “Apenas 8,21% da área total do território é legalmente protegida com unidades de conservação; uma das razões que fazem do Cerrado o bioma brasileiro que mais sofreu alterações com a ação humana”, afirma o ICMBio.
com G1 e Folha de S. Paulo