O economista Luiz Carlos Bresser Pereira disse, em entrevista à Rádio Metrópole, que a tese defendida por Paulo Guedes – cotado para ministro da Fazenda por Jair Bolsonaro (PSL) – é uma “loucura”. Ele ressaltou que o país tem taxas “miseráveis” que podem ser agravadas com o programa defendido pela equipe do capitão da reserva.
Na visão do ex-ministro, há dois modelos de capitalismo. O primeiro seria desenvolvimentista, no qual o Estado intervém de maneira moderada no mercado, e o segundo o liberalismo econômico, em que há a privatização de todos os setores. Segundo ele, Paulo Guedes é favor da segunda corrente.
“Isso é uma loucura. Essa segunda versão é claramente mais ineficiente do que o desenvolvimentismo. No caso do Brasil, entre 1930 e 1990, foi desenvolvimentista e teve um desenvolvimento absolutamente extraordinário. Mas houve uma crise em 1980 que o desenvolvimentismo não soube resolver e acabamos nos subordinando ao liberalismo. Estamos no liberalismo e nossas taxas são miseráveis. O senhor Paulo Guedes quer agravar ainda mais isso”, afirmou.
Bresser Pereira contou ainda que os programas de governo dos candidatos a presidente e vice, Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT), têm projetos sugeridos por ele. O ex-prefeito de São Paulo é o virtual substituto de Lula, se a candidatura for indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral.
“Em dezembro de 2016, eu telefonei para o Ciro e para Haddad e disse a mesma coisa para os dois. São meus velhos amigos, é bem provável que sejam candidatos. [Disse para eles] eu tenho uma teoria, fiz um resumo e eu acho que vocês precisam conhecer. Venham aqui no escritório. Eles vieram em janeiro de 2017 e muito interessados. Os dois me dizem e eu já vi no programa dos dois várias coisas que eu proponho e fazem parte estão no programa deles. Estou muito satisfeito com isso”, relatou.
O economista falou ainda sobre o novo livro que lançou “Em Busca do Desenvolvimento Perdido: um projeto econômico para o Brasil”. “É um livro de intervenção. É uma proposta de política econômica para tirar o Brasil de uma semiestagnação que dura desde 1980. Uma análise que eu tenho desenvolvido nos últimos 17 anos, que ficou com o nome de teoria do novo desenvolvimentismo”, ressaltou.
As informações são do metro1