Formosa do Rio Preto

O formosense Eromar Bomfim lança em São Paulo, O Língua: romance sobre indígenas brasileiros

por Davi Costa da Epílogo

Após seis anos sem nenhum novo romance, Eromar Bomfim lança O Língua pela Ateliê Editorial. Este é o terceiro livro do autor nascido em Formosa do Rio Preto. Suas outras obras são O Olho da Rua, lançado em 2007 pela Nankin Editorial, e Coisas do Diabo Contra, lançado em 2013 também pela Ateliê Editorial.

O novo livro de Eromar Bomfim traz quatro protagonistas diferentes que convergem na vida de Leonel, um mameluco fruto de um estupro entre a índia anaió Ialna e o padre fazendeiro Antônio Pereira. Desta forma, os personagens alternam-se para contar a história. São eles: o cafuzo Gabiroba; o índio cariri Aleixo; Ascuri, índio anaió; e Ialna, a mãe de Leonel.

É como se fosse uma história só, na qual todos tiveram participação, e que cada um contasse uma parte, explica Bomfim.

Há uma peculiaridade da trama de O Língua. Toda a mitologia do livro existiu. E ainda resiste nas entranhas dos sertões baianos. Lá, as tribos ancestrais afro-indígenas se encontram em rituais e contam histórias das antigas épocas. O autor explica que o livro é sustentado por pesquisas etnográficas sobre os indígenas do nordeste, além de outros textos sobre a colonização no sertão e fatos históricos:

Por meio de um artifício literário, e baseado na ideia de que há sempre permanência na transformação, fiz meus personagens atravessarem séculos de existência”.

Capa de O Língua, de Eromar Bomfim

Quanto aos outros dois livros, O Olho da Rua traz o dia-a-dia de Anselmo, pouco depois duma demissão inesperada. A partir daí, o protagonista passa a procurar novas ocupações em meio a solidão, o desamparo e a exclusão. Já Coisas do Diabo Contra desromantiza a morte e o heroísmo. Desde sempre, a ficção trata o assassinato como algo bom, desde que seja realizado por um héroi. Sendo assim, o segundo livro de Eromar Bomfim chega para trazer uma perspectiva inédita do enobrecimento da morte.

Como supracitado, Eromar Bomfim nasceu em Formosa do Rio Preto, Bahia. Entretanto, mudou cedo, aos 13 anos, para São Paulo. Lá, graduou-se em Letras pela Universidade de São Paulo, com pós em literatura brasileira. Atualmente, o escritor ainda vive na terra da garoa.

Darlan A. Lustosa

Darlan Alves Lustosa é natural de Formosa do Rio Preto, no extremo Oeste da Bahia, onde construiu uma sólida trajetória de envolvimento comunitário e defesa dos direitos locais. Com registro profissional 6978/BA e longa experiência como escritor e jornalista, Darlan é um entusiasta da política como ferramenta de transformação social. Ao longo de sua carreira, tem se dedicado a reportagens e artigos que buscam informar, educar e inspirar os leitores a participarem ativamente da vida cívica. Além de escrever para o Portal do Cerrado, Darlan também é sindicalizado e participa ativamente de iniciativas que promovem o desenvolvimento regional e o fortalecimento das causas populares. Sua atuação inclui a organização de eventos, como o Seminário de Combate ao Racismo Institucional e a Palestra do Defensor Público do Estado da Bahia, ambos realizados em Formosa do Rio Preto, com o objetivo de incentivar o diálogo e a justiça social. Darlan acredita que informar é um ato de responsabilidade social, e seu compromisso com a verdade e a precisão jornalística se reflete em cada publicação. Ele vê o Portal do Cerrado não apenas como um canal de notícias, mas como uma plataforma para fortalecer a voz do Oeste da Bahia e dos seus habitantes.

Ver Comentários

  • Obrigado, Davi Costa, pela matéria sobre meus livros no Portal do Cerrado.
    O mundo que procuro restaurar em O Língua
    tem por cenário a Bahia, incluindo aí a região
    de Formosa do Rio Preto, e a realidade humana
    que retrato ficcionalmente é a que se formou com os primeiros brasileiros que aqui surgiram a partir do consórcio entre os portugueses e os povos indígenas: meu herói é, portanto, um mameluco, o homem brasileiro do povo, com toda a ambiguidade de já não ser mais índio por um lado e não ser aceito
    integralmente pela sociedade branca que lhe deu origem.
    Até que ponto isso ainda hoje persiste é uma reflexão
    que o livro procura responder.
    Gostaria imensamente de partilhar essa leitura de
    nosso mundo formosense e baiano com meus leitores conterrâneos, por isso estou muito feliz com a repercussão de meu livro aqui no Portal do Cerrado. Muito obrigado.

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