Oeste: Tempo seco favorece colheita de algodão, mas aumenta risco de incêndios

Área mais afetada com o clima seco e onde umidade relativa do ar em épocas normais varia entre 20% a 25%, o Oeste da Bahia ao mesmo tempo em que se beneficia da falta de chuvas, sobretudo devido a colheita de algodão, corre maior risco de incêndios.

A análise é da meteorologista da Somar Agricultura Heloísa Pereira. “Se chovesse agora, nessa época de colheita do algodão, seria um desastre para os produtores, pois a fibra perde valor com a umidade. Então, esse tempo seco está sendo muito bom nesse sentido”, ela disse.

A colheita do algodão no Oeste segue até 20 de setembro. A estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é que sejam colhidas nesta safra 1.128.904 toneladas, 35,4% mais que em 2017 (833.490 toneladas).

O volume deste ano corresponde a 23,9% da safra nacional de algodão em 2018, o que coloca a Bahia em segundo colocado na produção nacional. Chuvas bem distribuídas, ocorridas devido ao fenômeno La Ninha, e investimento em tecnologia de ponta colaboram para isso.

Por outro lado, destaca Heloísa Pereira, “a falta de chuvas e o tempo seco demais no Oeste faz com que os produtores tenham de ficar com o alerta dobrado em relação à propagação de incêndios, que são mais fáceis de ocorrer com o tempo seco”.

E se o tempo está bom para os produtores este ano, para 2018 não deve ser tão positivo, segundo preveem estudos do Instituto Internacional de Pesquisa sobre Clima e Sociedade (IRI, na sigla em inglês), da Universidade de Columbia (EUA).

“Para 2019, está prevista a chegada do fenômeno EL Ninho, com muita seca, como ocorreu nos anos anteriores. Pode ser que a lavoura não fique sem ser irrigada, devido ao sistema mecanizado, mas haverá muito mais consumo de água dos rios e mais gasto com energia. É bom já ficar atendo a isto”, disse.

Oeste Baiano
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