Operação da PF mira a extração ilegal de ouro

Sabe-se que a extração ilegal de ouro é um problema crônico no Brasil e que causa gigantescos impactos negativos ao meio ambiente, para as populações indígenas e também para a União. Em busca de regulamentar a matéria e até mesmo encontrar uma maneira eficiente de rastrear a extração do ouro que surgiu o Projeto de Lei 2580/23 com o intuito de se desenvolver mecanismo de rastreamento digital obrigatório para operações envolvendo o ouro, através de tecnologia do tipo blockchain.

Contextualizando, a extração do ouro poderá ser feita de duas formas: por garimpo e por mineração. Fala-se em garimpo, quando a produção é feita em pequena escala, quase que artesanal, por uma pessoa física ou cooperativa. Para a extração ser considerada legal ela precisa ter, necessariamente, uma Permissão de Lavra Garimpeira (PLG).

A venda do ouro extraído dessas PLGs ocorre através de empresas autorizadas pelo Banco Central, conhecidas como Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM). Tais empresas precisam apenas possuir os registros das informações prestadas pelo vendedor em sua sede para poder comercializá-lo e o considerar “legal”.

O garimpo é a forma de extração mais comum no estado do Pará. Estado este que receberá no próximo dia 27/10, como cota-parte, o valor de R$ 39.380.394,51 a título de royalties. Valor que o coloca na posição de maior produtor de minério do país, segundo os dados divulgados pela Agência Nacional de Mineração (ANM).

O problema de toda essa operação extrativista é que nem sempre as empresas DTVMs compram ouro de uma área onde realmente foi realizado o garimpo.

Recentemente o portal Terra noticiou uma operação realizada contra empresas suspeitas de vender ilegalmente quase R$ 10 bilhões em ouro. A suposta prática consistia, basicamente, na venda de ouro de área diversa da PLG informada. O Estado de Mato Grosso é o principal destino do ouro extraído no sul do Pará.

Para o advogado Djeymes Bazzi essa prática é prejudicial não só para o meio ambiente, logicamente por fomentar a extração do ouro de áreas não permitidas, mas também para toda a sociedade, por possuir como um dos efeitos a evasão de divisas que ocorrem através do extremo norte do país.

O advogado ainda denuncia a utilização de cooperativas de fachada que firmam contratos de parcerias com proprietários de PLGs apenas para conseguirem vender o ouro extraído de área ilegal, pois, na maioria das vezes, não há qualquer atividade garimpeira nas PLGs. Isto é, utilizam do contrato de parceria para conseguirem emitir notas fiscais e assim “esquentar” o minério.  

“Vejo como uma conduta negligente das empresas DTVMs o que demonstra uma inegável falha em seus sistemas de compliance, notadamente por não se atentarem à área de onde se extraiu o ouro que estão adquirindo, ou, quando fiscalizam não querem ou não conseguem diagnosticar eventuais inconsistências”, pontua.

O advogado conclui, ao dizer que: “a negligência ou a ineficiência em rastrear a origem do ouro que estão adquirindo, pelas empresas compradoras, além de gerar prejuízos milionários para os permissionários (das PLGs), atrai para si, consequentemente, a responsabilização civil, criminal e administrativa, emergindo, assim, o dever de indenizá-los pelos danos ocasionados”.

DINO

Publicado por
DINO

POSTAGENS RECENTES

Acidente na BR-101 deixa quatro mortos perto de Mascote, na Bahia

Acidente ocorreu no trecho da BR-101 em Mascote, na Bahia

% dias atrás

Colisão na BR-349 em Correntina deixa uma pessoa morta

Uma mulher morreu e pelo menos outras quatro pessoas ficaram feridas em uma colisão ocorrida…

% dias atrás

Banco do Nordeste leva unidade móvel de atendimento na Agroformosa 2025

O Banco do Nordeste (BNB) participa a partir desta quinta-feira, 3, da Agroformosa 2025, em…

% dias atrás

Diogo Jota e irmão morrem em acidente de carro na Espanha

O atacante português Diogo Jota, de 28 anos, faleceu na madrugada em um trágico acidente…

% dias atrás

Famílias de baixa renda podem ter gratuidade na conta de energia

Com as novas regras da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE), beneficiários do programa podem…

% dias atrás

Arraiá de LEM bate recorde de público com 100 mil pessoas na última noite

Com uma programação com grandes nomes como Natanzinho Lima e Nattan, o último dia do…

% dias atrás

This website uses cookies.