Dez pessoas foram presas hoje (3) na Operação Khizi deflagrada pela Polícia Federal no Piauí, suspeitas de participar de um esquema para o comércio ilegal de madeira. Entre eles, um vereador do município de Buriti dos Lopes e o chefe do Ibama em Parnaíba no norte do estado. Vinte e nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Piauí, Pará, Maranhão e Bahia.
Além deles, cinco empresários, dois fiscais da Secretaria de Fazenda do Piauí (Sefaz) e um outro servidor do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também foram presos suspeitos de participar do esquema.
A Polícia Federal apurou que uma rede de corrupção atuava nos postos de fiscalização da Secretaria de Fazenda e no escritório do Ibama em Parnaíba para favorecer o transporte ilegal de madeira. A organização criminosa tinha atuação nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Piauí e Rio Grande do Norte.
A investigação começou em 2017, após a confirmação de pagamento de propina a fiscais da Secretaria de Fazenda para facilitar a entrada da madeira ilegal no Piauí, que vinha do estado do Pará. A PF agora investiga a participação de policiais militares que trabalham nos postos fiscais.
“Constatamos a ilegalidade em parte da madeira que chega em Parnaíba e é comercializada em outras cidades. Nós tivemos ciência que a extração da madeira é clandestina e o transporte acontecia de forma irregular, baseados em notas fiscais falsas. As informações eram inseridas nos bancos de dados do Ibama, também com falsidade ideológica, para manter o esquema criminoso”, explicou a delegada Milena Soares, da Polícia Federal.
Segundo o delegado Carlos Alberto Nascimento, da Polícia Federal, prisões foram cumpridas em Parnaíba, Litoral do Piauí, com exceção do chefe da unidade do Ibama em Parnaíba, Assis Daniel, que foi preso em Rondônia.
Durante a operação, foram apreendidos caminhões utilizados pela quadrilha para fazer o transporte da madeira, celulares dos suspeitos e documentos que comprovam a existência de crimes de comercialização ilegal de madeira, corrupção ativa e passiva, além da lavagem de dinheiro.
O nome da Operação é em alusão ao conjunto arquitetônico situado na ilha de Khizi/Rússia, composto por três edifícios eclesiásticos construídos apenas com encaixe de toras de madeira de pinheiros, sem a necessidade de uso de pregos ou parafusos, eleito como Patrimônio Mundial da Unesco em 1990.