A classe mais carente “não sabe fazer nada” e a contenção da explosão demográfica deve ser feita “em cima da classe mais humilde”. Esses foram alguns dos posicionamentos do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, quando era vereador, entre janeiro de 1989 e fevereiro de 1991.
O levantamento foi feito pela Folha de S. Paulo, com mais de 2 mil menções ao seu nome no Diário da Câmara do Rio. Na época, o militar se elegera pelo PDC (Partido Democrático Cristão), que depois se fundiria com o PDS de Paulo Maluf, ex-prefeito de São Paulo.
“A mão de obra excedente no Brasil é dessa classe mais carente, que não sabe fazer nada. Eu recebo de vez em quando alguns ex-soldados em meu gabinete, então digo ‘companheiro, vou te empregar onde? O que você sabe fazer?’ E ele responde: ‘Sei puxar cordinha de canhão, sei rastejar, sei fazer faxina’. Vou colocá-lo onde? Com que cara vou solicitar para um amigo meu um emprego para uma pessoa que não tem uma qualificação como essa?”, questionou Bolsonaro, ao comentar a falta de qualificação profissional dos mais pobres.
O político também já sugeriu que bandidos fossem “depositados”, não presos, mas soltos na mata para “conviver com animais”.
Ao falar sobre estratégias de planejamento familiar, disse que não adiantava distribuir preservativos a moradores de favelas porque “a molecada vai brincar de bexiga”. “Não adianta vir com paliativo, mostrar folhetinhos para a população carente que é analfabeta”, defendeu.
Sobre mulheres, “tem muito pouco a falar”, a não ser que nasceu de uma. Ao comentar a política, disse que os maus representantes só desapareceriam quando “se acabarem os pobres e os miseráveis”.