A Polícia Federal prendeu neste sábado (14), o general da reserva Braga Netto, candidato vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. A prisão ocorreu em Copacabana, no Rio de Janeiro, como parte das investigações relacionadas ao inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado. Simultaneamente, a Polícia Federal realizou buscas na residência do militar.
De acordo com o g1, após a prisão, Braga Netto foi entregue ao Comando Militar do Leste, onde ficará sob custódia do Exército. General da reserva, ele também ocupou cargos importantes durante o governo Bolsonaro, como ministro da Casa Civil e da Defesa.
Braga Netto, Jair Bolsonaro e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid foram indiciados pela Polícia Federal sob as acusações de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do estado democrático de direito e organização criminosa. A lista de investigados inclui ainda ex-ministros, ex-comandantes do Exército e da Marinha, militares da ativa e da reserva, além de ex-assessores do ex-presidente.
As investigações apontam que Braga Netto teria atuado diretamente no financiamento de ações ilícitas, incluindo a entrega de dinheiro em uma sacola de vinho para sustentar atividades ligadas à tentativa de golpe.
Braga Netto
Natural de Belo Horizonte, Walter Braga Netto ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras em 1975.
No governo Michel Temer (MDB), comandou a intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro. Subiu na carreira após a intervenção, saindo do Comando Militar do Leste e chegando à chefia do Estado-Maior do Exército, segundo posto na hierarquia interna da Força.
Também foi observador das Nações Unidas no Timor-Leste e adido na Polônia e nos Estados Unidos.
No governo Bolsonaro, foi ministro da Casa Civil, quando centralizou a reação do governo no combate à pandemia. Assumiu o Ministério da Defesa, após a demissão do general Fernando Azevedo, que saiu dizendo ter preservado as Forças Armadas como “instituições de Estado”.