As reflexões sobre o papel do esporte como ferramenta em políticas públicas para juventudes nos chama atenção para pensarmos como possibilidade de incidência politica, concepção de cultura e inclusão.
É muito comum ver nos municípios brasileiros, principalmente os de pequenos portes, a existência de “educação, cultura, esporte e lazer”, ou “cultura e esportes’, todos reunidos na mesma pasta de governança como se na prática, houvesse diálogos entre eles de forma planejada, com ações articuladas entre si, mediante a importância de cada tema. Cultura, Educação, Esporte e Lazer são fenômenos sociais que podem ter o mesmo destaque, configurando como manifestações socioculturais, possibilidades pedagógicas e inclusão social para as juventudes de forma assegurada pelo estado como politica pública.
Isso significa que, para assegurar recursos que possa efetivar e materializar propostas integradas envolvendo esporte, cultura, Lazer e educação, com finalidade de fomentar ações voltadas à autonomia cidadã das juventudes, é necessário deslocar o pensamento do senso comum para perceber a importância desses temas como fatores de desenvolvimento humano e social.
O desafio da construção desse pensamento deve haver uma sinergia entre gestores sociais responsáveis por cada pasta de governança e pela incidência politica da sociedade como forma de participação popular, reunindo esforços na mesma direção da conquista de cidadania, assegurando efetivamente a garantia de equipamentos esportivos e culturais. Mas, muito além de transformar os municípios em potências olímpicas com destaque de um ou mais atletas em determinadas modalidades, o esporte para além do futebol como supremacia entre a diversidade esportiva, torna-se ferramenta de socialização e prevenção. Pensar de forma articulada, ampla, universal com foco nas juventudes exige certo empenho, vontade politica, participação popular e superação do jogo de interesses representado pelo poder público.
Ver as juventudes nos espaços urbanos e rurais, promovendo suas existências através da democratização de espaços e equipamentos culturais e esportivos, possibilita também para o desenvolvimento humano e social a partir da presença do estado assegurado pelas politicas com foco nas juventudes.
Allan Lusttosa é fotógrafo formado pela Universidade Jorge Amado e atua no Terceiro Setor.