Produção de sorgo cresce 39% na Bahia e impulsiona biocombustíveis

A produção de sorgo no oeste da Bahia registrou aumento de 39,3%, consolidando-se como uma das culturas mais estratégicas para a economia agrícola do estado. Tradicionalmente usada na alimentação animal, a lavoura agora ganha protagonismo na produção de biocombustíveis, especialmente etanol de segunda geração. As informações são do portal A Tarde.

A alta foi impulsionada por fatores como resistência à seca, ciclo curto e boa adaptação ao solo do cerrado, atraindo produtores interessados em diversificar a lavoura e atender novas demandas do mercado.

O sorgo, originário da África, é o quinto cereal mais cultivado no mundo, atrás de milho, trigo, arroz e cevada. Resistente à seca e adaptável a diversos ambientes e usado na alimentação animal e na produção de bioenergia.

Expansão impulsionada pelo setor de etanol

A indústria de etanol tem papel central nessa expansão. A Inpasa, com unidade em Luís Eduardo Magalhães, aposta no sorgo como alternativa estratégica para ampliar a oferta de matéria-prima sem competir com outras culturas.

“O sorgo é rico em amido, essencial para a produção de etanol, e também gera DDGS para alimentação animal”, explica Irineo Piaia Junior, gerente de originação de grãos da empresa.

O cultivo se destaca em áreas de sequeiro e regiões com menor índice de chuvas, favorecendo a produção mesmo em cenários climáticos adversos.

Apoio institucional e potencial de crescimento

Segundo a Secretaria da Agricultura da Bahia (Seagri), o sorgo já é a quarta cultura mais importante do estado entre os grãos. A área plantada na região oeste cresceu de 150 mil para 160 mil hectares na safra 2024/25.

“O custo de produção é cerca de 50% menor que o milho e a exigência hídrica também é menor, beneficiando pequenos e médios produtores”,

afirma Assis Pinheiro, diretor de Agricultura da Seagri.

Com apoio de programas como o Prodeagro e assistência técnica, a expectativa é que a área cultivada aumente entre 6% e 9% ao ano, podendo dobrar já na próxima safra, impulsionada pelo aquecimento do mercado de biocombustíveis.

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