Produtividade do algodão cresce na Bahia

Ascom/Seagri

O Centro de Análise de Fibras da Abapa (Luís Eduardo Magalhães) divulgou o resultado das primeiras amostras do algodão da Bahia colhido nesta safra e a classificação por HVI atesta “qualidade premium” do produto.

A colheita começou no estado dia 28 de maio e as expectativas são muito boas, já que durante todo o ciclo da planta foi percebido um clima favorável, marcado por chuvas regulares. O resultado disso, somado à tecnologia aplicada nos cultivos, é uma produtividade estimada em 2% superior à auferida na safra passada.

Cerca de um mês depois de iniciada a colheita, os números apontam para uma produtividade de 317,3 arrobas por hectare de algodão em capulho ou 1.951,4 quilos por hectare de algodão em pluma.

A produção total está estimada em 520.363 toneladas de algodão em capulho, para uma área plantada de 266.662 hectares. Atualmente, cerca de 97% da produção total de algodão da Bahia sai da região Oeste.

“Em pouco mais de 20 anos, o Brasil deixou de ser o segundo maior importador de pluma do mundo para se tornar o segundo maior exportador. Perdemos em volume de oferta para o mercado externo apenas para os Estados Unidos, mas isso é algo que deve mudar dentro de alguns anos”,

comenta Luiz Carlos Bergamaschi, presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa).

Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), apresentados no início do mês de junho, indicam que a produção da pluma, na Bahia, deve ser 13% menor neste ciclo, com retração de área plantada em 15%. A maior rentabilidade relativa de outros commodities da região, como soja e milho, é a principal razão para o recuo.

Uma redução de área e produção, quando olhada sem uma análise conjuntural, pode parecer algo ruim. Mas, no caso do algodão brasileiro, e, em especial da Bahia, isso reflete a sustentabilidade e a maturidade da nossa matriz produtiva, que é variada e balanceada em função do mercado. Além disso, a Bahia faz apenas uma safra, o que torna a decisão de plantio ainda mais acurada”, defende Luiz Carlos Bergamaschi, que prevê que os bons números da safra que vem sendo colhida impactem positivamente nas pretensões de plantio dos agricultores baianos para o ano que vem, e estima em 5% o aumento da área destinada ao algodão para 2021/2022 no estado.

“A qualidade do algodão da Bahia já é reconhecida em todo o mundo. Nossa produção é cada vez mais sustentável, em um desenho que procura o equilíbrio entre os aspectos econômico, ambiental e social. Isso se soma ao emprenho do agricultor e também de pesquisadores que incorporam tecnologia ao cotidiano do trabalho do campo. É todo um ciclo eficaz que, com o apoio do governo do Estado, vem mostrando resultados”,

diz João Carlos Oliveira, secretário da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia.

O Governo do Estado e a SEAGRI colaboram, dentre outras frentes, com a criação e manutenção de estradas vicinais para o escoamento das produções e circulação dos trabalhadores e das populações. Faz isso direcionando máquinas pesadas (motoniveladoras, pás carregadeiras, rolos compactadores, escavadeiras hidráulicas etc.) para os consórcios públicos rodoviários e maquinas menores (como tratores de 75cv, grades roçadeiras, reboques etc) para associações comunitárias e prefeituras. Isso além de todo o apoio técnico e estratégico proporcionado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura.

“O governo da Bahia também contribui com a lei Nº 7.932, de 19 de setembro de 2001, que institui o Programa de Incentivo à Cultura de Algodão – Proalba. O programa concede crédito presumido de até 50% (cinquenta por cento) do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, incidente sobre o valor de comercialização do algodão”, conclui o secretário João Carlos Oliveira.

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