Apesar do excesso de chuvas no Oeste Baiano, com registro de mais de 1000 mm distribuídos entre os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, a colheita da soja chega aos 70% da área, com previsão de mais um ano marcado por altos índices de produtividade. A afirmação é do Conselho Técnico da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), que se reuniu na manhã de segunda-feira (28).
Os dados apresentados pelas entidades que fazem parte da cadeia produtiva da agricultura regional contribuíram para a manutenção das expectativas anteriores do Conselho Técnico da Aiba indicando mais uma safra de soja com números expressivos. Em 2021, a oleaginosa atingiu, na região Oeste, a média de 67 sacas por hectare, o que rendeu para a Bahia o título de campeã nacional de produtividade. Para o ciclo atual espera-se a média de 66 sacas por hectare e a produção total de 7,04 milhões de toneladas do grão.
Ocupando 1.78 milhão de hectares, que representam 66% da área total cultivada na região, a produtividade da soja não apresentou queda significativa em comparação ao período anterior. O Oeste Baiano produz 6% da soja cultivada no Brasil e é responsável por 52% da produção nordestina desta cultura.
Divulgado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), o PIB do agronegócio baiano registrou crescimento de 5,4% em 2021, totalizando R$94,2 bilhões ou 27,1% da atividade econômica baiana, que apontou crescimento de 4,1%. Neste ano, a contribuição do agronegócio para a economia baiana continuou subindo, passando de 23,6% para os atuais 27,1%.
“A média surpreendeu bastante, porque ano a ano temos o potencial produtivo da soja sempre crescendo. O produtor tem desenvolvido a tecnologia de produção, com melhoramento do perfil do solo, elevando a fertilidade, incrementando a palhada e contando com outros fatores que também influenciam no aumento de produtividade”, explicou o gerente de Agronegócio e Projetos da Aiba, Luiz Stahlke. “Em um ano com excesso de chuva, ainda conseguir manter uma média de 66 sacas/ha, leva a imaginar que temos potencial para bater novos recordes em anos com chuvas bem distribuídas e níveis de radiação solar mais abundantes”, finalizou Stahlke.
Outras culturas
Já o algodão, segunda cultura mais produzida da região, tem previsão para o início da colheita na última semana de maio. De acordo com o levantamento do Conselho Técnico, os 307 mil hectares plantados devem render cerca de 1,4 milhão de toneladas de algodão em caroço. A produtividade média deverá alcançar 318 arrobas por hectare.
Para o milho, os números preliminares estimam uma produtividade média de 170 sacas por hectare, correspondente à produção total de 1,93 milhão de toneladas do cereal, cultivadas em uma área de 190 mil hectares.