No Brasil, 85,3% das pessoas consideradas obesas já foram vítimas de preconceito e discriminação. O levantamento foi realizado pela Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) e a SBEM (Sociedade Brasileira de Metabologia e Endocrinologia). Para enfrentar a questão, um projeto de lei tramita na Câmara dos Deputados.
O projeto de lei 1786/22, de autoria do deputado federal José Guimarães (PT-CE), inclui a discriminação ou preconceito em razão do peso corporal relacionado à obesidade nos crimes previstos na Lei 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que estabelece os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
A gordofobia é definida como repúdio ou aversão preconceituosa a pessoas gordas, que acontece nas esferas afetiva, social e profissional, segundo a Academia Brasileira de Letras. Este tipo de discriminação ocorre de maneiras diversas, desde ofensas e ridicularização, falta de acessibilidade e atitudes preconceituosas em ambientes médico-hospitalares, instituições de ensino, meios de transporte, relacionamentos interpessoais e na mídia.
Na justificativa, o autor aponta que a gordofobia está entranhada na sociedade, sendo encorajada por órgãos de saúde pública, campanhas publicitárias, programas de TV e filmes em que pessoas tidas como acima do peso são alvos de piadas. Logo, a proteção legal seria um instrumento para mudar esta realidade.
“Diariamente, as pessoas são bombardeadas por informações que veneram o corpo magro e rejeitam o corpo gordo. Creio que um projeto de lei como esse ajude as pessoas a perceberem o quanto a gordofobia é prejudicial e comecem a rever seus conceitos”, afirma o Doutor em Ciências da Motricidade Rodrigo Magosso, idealizador do projeto PESA.
Também especialista em fisiologia do exercício, Magosso afirma que a associação entre peso e saúde não se sustenta. “O peso corporal é determinado, em sua maior parte, pela genética. Não é pesar mais ou menos que determina se estamos saudáveis”, afirma. “Deveríamos olhar mais para o condicionamento físico do que para a balança, pois ele sim é preditor de doenças e mortalidade”, completa.
A pesquisa da Abeso e SBEM, já citada, aponta que 72% das vítimas já sofreram constrangimento em casa por familiares, 65,5% em um estabelecimento comercial, 63% por parte de amigos, 60,4% em consulta médica e 54,7% no ambiente de trabalho. Ou seja, trata-se de um estigma a ser enfrentado em todas as esferas da vida.
Além de prática preconceituosa, a gordofobia ainda pode desencadear transtornos psicológicos. “A ideia de que envergonhar ou constranger pode ser um caminho para que as pessoas percam peso é equivocada. A ciência já demonstrou que o oposto ocorre, fazendo com que as pessoas gordas adotem comportamentos de risco”, afirma o Dr. Magosso. Segundo o especialista, em decorrência da gordofobia, algumas pessoas desenvolvem ansiedade e depressão, além de passarem por episódios de compulsão alimentar.
Enquanto a lei específica para punir quem pratica gordofobia tramita na Câmara dos Deputados, outros mecanismos da legislação brasileira têm sido usados. De acordo com a plataforma de dados jurídico Data Lawyer, o termo gordofobia aparece em 291 processos desde 2020. Entre as formas de recorrer à Justiça, é possível buscar indenização por danos morais. No ambiente corporativo, a vítima pode ter direito à indenização por assédio moral. Para analisar cada caso, o primeiro passo é buscar um advogado.
A Mega-Sena 2849 teve o sorteio realizado na noite deste sábado (5), com prêmio de…
Duas ossadas humanas foram descobertas em um matagal próximo ao bairro Campo Verde, na cidade…
Incêndio atinge casa no Top Park, em Luís Eduardo Magalhães, e deixa criança ferida.
Pouso forçado de avião monomotor no meio da BR-101 surpreendeu motoristas e pedestres na manhã…
A polícia prendeu um homem na sexta-feira (4), suspeito de estupro em Buritirama, no Oeste…
Homem de 25 anos é preso por suspeita de estupro em Santa Rita de Cássia…
This website uses cookies.