A produção brasileira de grãos pode chegar a 315,8 milhões de toneladas neste ano, sendo quase metade desse volume referente às lavouras de soja. Segundo o 6º Levantamento da Safra de Grãos 2022/23, divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), esta parcela da safra de soja representa uma colheita de 155,7 milhões de toneladas. Se as previsões forem confirmadas, o total de soja a ser colhido será 24% maior do que o registrado no ciclo anterior.
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O Oeste da Bahia é uma das regiões que comemora os bons resultados do plantio de soja. O município Formosa do Rio Preto, por exemplo, se destaca por estar em quinto lugar no ranking nacional de produção deste grão. Só nas fazendas do Agronegócio Estrondo, localizadas na região, já foram produzidas 198 mil toneladas na safra deste ano.
Para Daniel Ferraz, gerente geral do Agronegócio Estrondo, a vasta produção de soja no Brasil, se destacando de outros grãos, pode ser positiva para o país, já que além de ser amplamente usada na indústria de alimentos, também tem um papel fundamental no setor de energia.
“Grande parte do óleo vegetal produzido em território nacional vem da soja. Deste mesmo óleo, sai mais de 70% da matéria-prima necessária para fabricar o biodiesel brasileiro. Ou seja, com a venda e distribuição desse combustível, o país ganha em desenvolvimento financeiro e energia. Um ótimo fator para o crescimento do país”,
destaca.
Outro dado que mostra como a soja está cada vez mais atrelada à evolução do Brasil é o PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio, como aponta uma pesquisa divulgada pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais). De acordo com o resultado encontrado no último balanço, em 2022, o PIB da cadeia produtiva de soja e biodiesel alcançou mais de R$ 670 bilhões, o que equivale a 27% do PIB total do agronegócio brasileiro. Em 2010, essa porcentagem era de apenas 9%.
“A safra 2012/13 foi a responsável por levar o Brasil a assumir a liderança do ranking mundial de exportações de soja, onde está até hoje. Com isso, o país não só se tornou o maior exportador e produtor de soja do mundo, como este grão se consolidou como o produto que mais agrega valor no agronegócio nacional”, completa Ferraz.
Este ano, como apontam as projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), só a safra 2022/23 de soja no Brasil deverá representar 55% do comércio global deste grão.
Por Luiza Azevedo