No dia em que o bloco do centrão desistiu de apoiar a sua candidatura, ( veja aqui matéria do conteúdo Folhapress) o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, fez nesta quinta-feira (19) um aceno enfático aos partidos de esquerda e reconheceu que comete erros.
Na tentativa de garantir os apoios do PSB e do PCdoB, ele defendeu a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril, e criticou o Poder Judiciário e o Ministério Público.
“O Brasil nunca será um país em paz enquanto o companheiro Luiz Inácio Lula da Silva não restaurar a sua liberdade. Eu luto por isso”, disse, durante encontro com dirigentes sindicais.
Nesta quinta, partidos como DEM, PP e PR, que negociavam apoio ao PDT, preferiram fechar aliança com o PSDB, de Geraldo Alckmin.
Com o receio de ficar isolado na disputa eleitoral, Ciro decidiu aumentar a ofensiva sobre o PSB e o PC do B, que, nas últimas semanas, passaram a cogitar como mais provável um apoio ao PT.
No discurso, Ciro fez uma autocritica. Ele disse não ser “dono da verdade” e que não lhe custa nada “reconhecer erros”. Desde o início de junho, dirigentes do centrão vinham criticando o estilo verborrágico do pedetista.
“Eu não sou o dono da verdade, não sou poupado do erro, eu cometo erros. Eu cometo erros e não me custa nada reconhecer erros. Mas nenhum deles foi por deserção do que me trouxe à vida pública de volta, que é compromisso e o amor a essa terra e esse povo”, afirmou.
Também presente no evento, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse que Ciro não ficará isolado e que não há como perder algo que não se tem.
“Esse doce podia estar estragado”, respondeu ao ser perguntado se o bloco do centrão tirou o doce da boca do PDT.
Sem citar nomes, ainda no discurso, Ciro criticou procuradores que fazem críticas e magistrados que fazem políticas, “invadindo as atribuições uns aos outros dos poderes”.
Para ele, o vaivém sobre a prisão do ex-presidente petista, em um final de semana, foi uma “aberração”.
“Como é que pode tanta aberração lidando com coisas graves como a liberdade do maior líder popular do país ou o próprio direito, regra de convivência que substitui a lei do mais forte, a prepotência da violência e o caos”, disse.