A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio da Central Estadual de Transplantes, contabilizou, da última sexta (8) até esta terça-feira (12), quatro doações de múltiplos órgãos. De janeiro até hoje, já foi realizado um total de 29 transplantes de fígado, 64 de rins, 237 de córneas, 45 de medula e dois de coração, de janeiro até agora. Esse ano, já foram registradas 45 doações de múltiplos órgãos.
Na sexta-feira, no Hospital Dantas Bião, em Alagoinhas, a família de F.O.L. de 36 anos, vítima de traumatismo craniano, autorizou a doação de órgãos, mesmo procedimento adotado pelas famílias de L.V., empresário de 46 anos, e de N.F.S., 44 anos, do sexo feminino, que tiveram morte cerebral confirmada no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, na madrugada de domingo.
Na madrugada desta terça, mais uma doação foi efetivada, dessa vez no Hospital Couto Maia. A doadora, H.M.B., 49 anos, vítima de infecção do sistema nervoso central, possibilitou a realização de dois transplantes renais, sendo um no Hospital Ana Nery e outro em Feia de Santana.
Segundo especialistas, a negativa familiar à doação ainda é bastante significativa, e ocorre não apenas por questões de cunho religioso, mas também pela falta de conhecimentos adequados sobre o processo doação/transplante, não só por parte da população em geral, como também de alguns profissionais de saúde. Atualmente, cerca de 800 pessoas estão na fila à espera por um transplante de rim, oito por transplante de fígado e 750 por transplante de córnea.
As doações efetivadas nos últimos quatro dias possibilitaram que fosse feito o primeiro transplante renal no Hospital Geral Roberto Santos. Um rim doado por N.F.S. no Hospital Geral do Estado teve como receptor C.A.B.M., 73 anos, do sexo masculino, portador de insuficiência renal crônica e hipertensão arterial. Ele vinha sendo submetido à hemodiálise há um ano e quatro meses e há cinco meses começou a se preparar para o transplante. As médicas nefrologistas Luana Andrade e Nádia Curi, equipe responsável pela cirurgia, revelam que o paciente transplantado evolui de forma satisfatória. “O paciente está na UTI, estável”, disse Luana.