Solo fértil da Amazônia é base de nova rota turística

Uma descoberta recente da arqueologia vem transformando a visão do mundo sobre as civilizações da Amazônia. Ainda este ano, pesquisadores se depararam com uma cidade-jardim submersa em Terra Preta, numa região de fronteira entre a Bolívia e o Brasil. Supõe-se que a cidade tenha abrigado centenas de habitantes, e que sua alimentação e sobrevivência baseou-se na existência da Terra Preta, tipo de solo fértil que carrega mais nutrientes do que os demais e funciona como um reservatório natural de carbono, podendo aumentar em até seis vezes o crescimento de árvores. É com base na Terra Preta que o MuCA, o Museu de Ciência da Amazônia, vem desenvolvendo diversos projetos educacionais, de bioeconomia e geração de renda na região de Belterra, no Pará. 

O mais recente deles é a inauguração de uma nova rota de turismo em que a Terra Preta é protagonista. Combinando alta gastronomia local, feita com ingredientes cultivados nesse solo, a uma série de atividades de lazer, aventura e relaxamento na Floresta Amazônica, o principal objetivo da ação é promover o turismo científico na Amazônia e fomentar a bioeconomia, gerando uma cadeia de impacto positivo e geração de renda na região. 

Como parte do roteiro, os visitantes têm a oportunidade de participar de trilhas na floresta, beach tennis, stand up paddle, canoa havaiana, natação e mergulho, além de conhecer a Casa do Saulo, restaurante do chef Saulo Jennings Simões, especialista na cozinha tapajônica que preparou menu para a coroação do Rei Charles III da Inglaterra.

O destaque das atividades vai para um bike tour pela Vila Americana, construída pela montadora Ford em 1934. O conjunto arquitetônico da Vila vêm sendo revitalizado a partir de um projeto arquitetônico desenvolvido pelo arquiteto brasileiro Arthur Casas, amplamente reconhecido no Brasil e no exterior. Durante o tour, os turistas têm acesso ao MuCA, o primeiro laboratório de selva do mundo, que detém uma coleção natural resultante de mais de 15 anos de coleta de espécies pelo Instituto Butantã, compondo um patrimônio biológico que serve de base para a atuação de diversas empresas da bioeconomia. 

A visita ao Museu inclui ainda a recém-inaugurada Casa de Chá, que utiliza espécies cultivadas na Terra Preta de Belterra para preparar bebidas aos visitantes. A Casa de Chá conta com patrocínio do Instituto Cultural Vale, que também patrocina o MuCA.

“Foi tudo pensado de modo a combinar os ensinamentos ancestrais da floresta com o conhecimento baseado na ciência, promovendo o Turismo de Cura em lindos cenários de vegetação exuberante, praias e ilhas paradisíacas formadas ao longo do Rio Tapajós”, afirma Luiz Felipe Moura, diretor do MuCA.

 

Conheça o MuCA:

https://mucamazonia.org/